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África

Erdogan denuncia massacre no Egito e critica Ocidente

15 ago 2013 - 06h43
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O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, denunciou um "grave massacre" no Egito e pediu uma reunião do Conselho de Segurança da ONU para analisar a situação.

A violenta dispersão dos acampamentos de manifestantes no Cairo e os confrontos em todo o Egito deixaram pelo menos 464 mortos, a maioria civis, segundo um balanço oficial.

"Este é um massacre muito grave contra o povo egípcio que manifestava em paz", disse Erdogan, islamita moderado.

"O Conselho de Segurança das Nações Unidas deve se reunir rapidamente para discutir a situação no Egito", completou Erdogan que criticou a "hipocrisia" da comunidade internacional.

"Os que não dizem 'sim' a esta reunião nunca poderiam explicar sua decisão perante a história", disse.

Erdogan, líder do Partido de Justiça e Desenvolvimento (AKP), de inspiração islamita, criticou desde o início a destituição do presidente egípcio Mohamed Mursi, que chamou de "golpe de Estado".

"Os Estados que permanecerem calados diante destas matanças serão tão responsáveis quanto os golpistas. Calar significa aprovar a violência", disse o premier turco.

"Permanecer como simples espectador diante deste golpe, não denunciá-lo e não ter sequer a dignidade de classificá-lo como tal significa ser cúmplice da morte de crianças", concluiu Erdogan.

Emirados Árabes Unidos e o reino do Bahrein, países do Golfo, no entanto, manifestaram apoio à repressão do governo egípcio.

Em um comunicado, o ministério das Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos afirma "compreender as medidas soberanas adotadas pelo governo egípcio após ter mantido moderação máxima nos últimos tempos".

Ao mesmo tempo, a nota pede reconciliação nacional.

O reino do Bahrein considerou que "as medidas tomadas no Egito para restabelecer a ordem respondem a um pedido dos cidadãos, que o Estado tem o dever de proteger".

Os dois países do Golfo, ao lado da Arábia Saudita e Kuwait, receberam de maneira favorável a derrubada do presidente islamita Mohamed Mursi em julho.

Na Europa, a Dinamarca anunciou a suspensão da ajuda ao Egito.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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