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Mundo

Epidemia de cólera se espalha pela Somália, diz OMS

12 ago 2011 - 12h39
(atualizado às 12h54)
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Uma epidemia de cólera está se espalhando pela Somália, país já afetado pela fome e que agora tem números alarmantes de pessoas infectadas entre os milhares que se deslocaram para a capital, Mogadíscio, em busca de água e comida, informou nesta sexta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A infecção intestinal, normalmente relacionada à contaminação da água de beber, provoca diarréia aguda e vômitos, deixando as crianças pequenas especialmente vulneráveis à morte e desidratação, de acordo com a agência da ONU.

Somente no hospital Banadir, em Mogadíscio, foram registrados até agora neste ano 4.272 casos de diarréia aguda, principalmente em crianças com menos de 5 anos de idade, o que resultou em 181 mortes, disse o médico Michel Yao, da OMS, em entrevista à imprensa.

"O número de casos é duas ou mesmo três vezes maior do que no ano passado. Portanto, podemos dizer que temos em andamento uma epidemia de cólera," disse Yao. Surtos sazonais foram registrados nos últimos três anos no país, situado no Chifre da África.

De acordo com a OMS, foram confirmados surtos de cólera em várias regiões. Yao observou que a movimentação da população eleva o risco de disseminação da doença.

Estima-se que 100 mil somalis tenham buscado refúgio em Mogadíscio nos últimos dois meses, em busca de água, comida e abrigo, fugindo da fome, seca e conflitos em áreas do sul do país, disse Adrian Edwards, da agência da ONU para os refugiados.

Eles se juntaram a mais de 370 mil que já haviam deixado suas casas anteriormente e partido para a capital. Além disso, diariamente outros 1.500 somalis chegam ao Quênia, país vizinho que agora abriga cerca de 440 mil refugiados em acampamentos em Dadaab.

As áreas mais atingidas pela seca e fome na Somália estão sob controle de militantes do grupo islâmico al Shabbab, que há quatro anos tentam depor o governo, apoiado por países ocidentais. Os insurgentes impediram a distribuição de ajuda, mas se retiraram de Mogadíscio no último fim de semana.

Ao todo, cerca de 12,4 milhões de pessoas no Chifre da África ¿ Somália, Quênia, Etiópia e Dijubit - estão sendo afetadas pela pior seca em décadas, segundo a ONU.

Uma porta-voz da ONU disse que um apelo para arrecadar 2,4 bilhões de dólares para a ajuda aos países da região somente resultou em quase metade desse valor.

Dois milhões de crianças no Chifre da África já sofrem de subnutrição aguda e 500 mil poderão morrer se não receberem auxílio dentro de semanas, segundo o Fundo da ONU para a Infância (Unicef).

"Nós podemos salvar vidas se agirmos agora", declarou a porta-voz da Unicef, Marixie Mercado.

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