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Mundo

Em áudio, Kadafi pede que líbios 'salvem' Trípoli de rebeldes

21 ago 2011 - 19h02
(atualizado às 19h25)
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O líder líbio Muammar Kadafi pediu neste domingo que a população "salve" a capital do país, Trípoli, de rebeldes. O discurso foi transmitido pela televisão estatal, após forças rebeldes anunciarem que dois filhos de Kadafi foram presos e que chegaram a um ponto central de Trípoli, após combates na noite de sábado. As informações são da agência Reuters e da TV Al Jazeera.

Rebeldes comemoram entrada em Trípoli
Rebeldes comemoram entrada em Trípoli
Foto: Reuters

No discurso, segundo a agência AFP, Kadafi pediu que seus partidários "limpem" a cidade dos rebeldes que tomaram o controle de vários bairros. Os tripolitanos "devem sair agora para limpar a capital", disse o líder, afirmando que "não há lugar para agentes do colonialismo em Trípoli e na Líbia".

Em um novo discurso, pouco depois, Kadafi voltou a pedir para que as pessoas defendam a capital. O líder líbio disse que "não há espaço para o imperialismo em Trípoli e nem em lugar nenhum da Líbia", segundo tradução da Al Jazeera.

O Conselho Nacional de Transição, órgão ligado aos rebeldes líbios, já afirmou que aceita o pedido de Kadafi de cessar-fogo se o líder anunciar sua saída do poder. Mustapha Abd El Jalil, chefe do conselho, afirmou que as forças rebeldes garantirão a segurança de Kadafi e os filhos para fora do país.

O governo de Muammar Kadafi está pronto para negociações imediatas para um cessar-fogo com os rebeldes que invadiram Trípoli e pediu para que a Otan convença os invasores a parar o ataque na cidade, afirmou o porta-voz Moussa Ibrahim neste domingo na televisão estatal.

Segundo Ibrahim, 1,3 mil pessoas morreram na cidade hoje e Kadafi está pronto para falar diretamente com o Conselho Nacional de Transição. De acordo com a CNN, um massacre pode ocorrer na cidade e um desastre humanitário é eminente.

A guarda presidencial já se rendeu, segundo a TV Al Arabiya, citando o Conselho Nacional de Transição (CNT), órgão político dos rebeldes.

Líbia: de protestos contra Kadafi a guerra civil e intervenção internacional

Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em meados de fevereiro para contestar o líder Muammar Kadafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Mais de um mês depois, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas.

A violência dos confrontos entre as forças de Kadafi e a resistência rebelde, durante os quais milhares morreram e multidões fugiram do país, gerou a reação da comunidade internacional. Após medidas mais simbólicas que efetivas, o Conselho de Segurança da ONU aprovou a instauração de uma zona de exclusão aérea no país. Menos de 48 horas depois, no dia 21 de março, começou a ofensiva da coalizão, com ataques de França, Reino Unido e Estados Unidos.

Fonte: Terra
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