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África

Egito: vitória de Shafiq significaria "sequestro da revolução"

31 mai 2012 - 18h44
(atualizado às 19h00)
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O político islamita moderado Abde Moneim Abul Futuh, derrotado no primeiro turno das eleições presidenciais egípcias, condicionou nesta quinta-feira seu apoio ao candidato islamita Mohammed Mursi na segunda etapa, à formação de um Governo de coalizão liderado por um independente.

No segundo turno do pleito, entre 16 e 17 de junho, os egípcios terão que escolher entre Mursi, candidato da Irmandade Muçulmana, e o general reformado Ahmed Shafiq, último primeiro-ministro da era do presidente deposto Hosni Mubarak (1981-2011).

Em comunicado publicado em seu site oficial, Futuh, um islamita moderado ex-membro da Irmandade Muçulmana, disser ter um plano de quatro pontos que promove a união e "protege a pátria dos riscos", diante das tentativas de "sequestro da revolução".

Futuh, que ficou em quarto lugar no primeiro turno, com 17% dos votos, também propôs em seu plano a formação de um Governo e de uma Assembleia Constituinte de consenso. Além disso, ele indica que o Executivo deverá ser liderado por uma personalidade de fora do majoritário Partido Liberdade e Justiça (PLJ), de Mursi, enquanto os ministérios importantes, pelos tecnocratas.

Quanto à comissão que deverá redigir a nova Constituição, Futuh exigiu uma reflexão sobre a diversidade social e uma percentagem considerável de juristas e especialistas constitucionais e pediu que a Assembleia Constituinte seja formada antes do segundo turno e emita suas resoluções com um acordo de dois terços dos membros.

O político também solicitou a designação de dois vice-presidentes com poderes definidos, que componham junto ao chefe de Estado a instituição presidencial, de forma a evitar que uma pessoa só centralize o poder, como durante o mandato de Mubarak.

Além disso, seu plano estipula que o presidente deve anunciar sua independência de qualquer partido político. No entanto, Mursi é o candidato do PLJ.

Os candidatos presidenciais derrotados, entre eles Futuh, o esquerdista Hamdin Sabahi, e o ex-secretário-geral da Liga Árabe Amre Moussa, estão realizando uma série de reuniões nesta semana para alcançar uma postura unificada.

Todos rejeitaram apoiar Shafiq, por considerá-lo membro do antigo regime, mas condicionam o apoio a Mursi, por causa do temor de que a Irmandade Muçulmana controle todas as esferas do poder.

EFE   
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