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África

Egito: seguidores de Mursi protestam na "sexta-feira da ira"; mortos são 60

16 ago 2013 - 09h31
(atualizado às 15h26)
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Manifestantes carregam homem ferido durante os protestos em Gizé
Manifestantes carregam homem ferido durante os protestos em Gizé
Foto: AFP

Os partidários do presidente islamita deposto Mohamed Mursi protestam nesta sexta no Egito em protesto pelo violento desalojamento de seus acampamentos no Cairo, na última quarta-feira, e pelos confrontos posteriores que deixaram mais de 600 mortos.

As manifestações desta sexta já voltaram a registrar vítimas fatais, mas os números ainda são incertos. A agência AP informou que as autoridades de segurança confirmaram a morte de 60 pessoas. Não estão claras as circunstâncias das fatalidades.

Segundo uma testemunha da Reuters, 27 pessoas morreram nos protestos no Cairo. Os corpos foram colocados em uma mesquita perto do local dos protestos na praça Ramsés. Testemunhas disseram à AFP ter contado mais de 20 cadáveres no necrotério improvisado neste templo.A Irmandade divulgou em seu site que mais de 30 corpos estão no hospital de campanha montado na mesquita. Os corpos possuíam marcas de tiros, disse a testemunha ouvida pela Reuters. Um policial também foi morto, segundo a agência de notícias estatal Mena.

Fontes médicas disseram que mais quatro manifestantes morreram em confrontos na cidade de Ismailia, no nordeste. Outras fontes falam em sete vítimas nesta localidade. Houve uma morte relatada também na cidade portuária de Damietta. Também houve relatos de violência na segunda maior cidade do Egito, Alexandria, e em Tanta, no delta do rio Nilo.

A situação na capital egípcia é bastante tensa, principalmente na praça Ramsés e nas pontes que dão acesso ao centro da cidade. Fotos publicadas no Twitter mostram pessoas se jogando da ponte 6 de outubro, um dos acessos às vias que levam à praça Ramsés, para fugir do tiros - provavelmente disparados pelas forças de segurança. 

Imagens da rede árabe Al Jazeera mostraram homens armados e com roupas de civis disparando enquanto atravessam outra ponte da cidade. Na praça Tahrir, centro da revolução de 2011, uma fileira de tanques impede a chegada de manifestantes. Enquanto isso, helicópteros militares sobrevoam a cidade, dando rasantes nos pontos onde há concentração de manifestantes.

"Sexta-feira da ira"

A Irmandade Muçulmana, movimento da qual Mursi é proveniente, convocou uma "sexta-feira da ira" com novas manifestações no Cairo após as mortes de mais de 600 pessoas na repressão registrada nos últimos dias.

A comunidade internacional teme outro dia de violência no país, onde na quarta-feira a violenta desocupação de dois acampamentos de simpatizantes do presidente islamita Mohamed Mursi, derrubado pelo Exército em 3 de julho, e os posteriores confrontos deixaram 638 mortos, segundo o ministério da Saúde.

A "sexta-feira da ira" provoca inquietação na Europa, onde o presidente francês, François Hollande, terá reuniões por telefone com a chanceler alemã, Angela Merkel, e com o primeiro-ministro britânico, David Cameron.

As autoridades egípcias, designadas pelo Exército, autorizaram a polícia a abrir fogo contra os manifestantes que atacarem bens públicos ou as forças de segurança. "As manifestações contra o golpe de Estado sairão de todas as mesquitas do Cairo e seguirão para a praça Ramsés após a oração por uma 'sexta-feira da ira'", afirmou o porta-voz da Irmandade Muçulmana, Gehad El Haddad.

As autoridades decretaram estado de emergência por um mês e estabeleceram um toque de recolher no país entre 19h (14h de Brasília) e 6h (1h).

Laila Musa, porta-voz da coalizão pró-Mursi contra o "golpe de Estado", anunciou manifestações em todo o país. Musa informou que simpatizantes de Mursi, incluindo dois ex-parlamentares, foram detidos antes dos protestos.

O movimento Tamarrod, que organizou as gigantescas manifestações que provocaram a destituição de Mursi, pediu aos egípcios que criem "comitês populares" para defender o país contra o que chamam de "terrorismo" da Irmandade Muçulmana.

infográfico massacre egito
infográfico massacre egito
Foto: AFP

Com informações das agências internacionais

Fonte: Terra
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