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África

Egito ordena prisão provisória de líder da Irmandade Muçulmana

20 ago 2013 - 13h34
(atualizado às 13h58)
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O líder da Irmandade Muçulmana em delegacia de polícia nesta terça-feira
O líder da Irmandade Muçulmana em delegacia de polícia nesta terça-feira
Foto: Reuters

A Procuradoria-Geral do Egito ordenou nesta terça-feira a prisão provisória por 15 dias do líder da Irmandade Muçulmana, Mohamed Badie, que está sendo investigado pela suposta incitação à violência e a morte de manifestantes. Fontes judiciais informaram à Agência Efe sobre a decisão da Procuradoria e acrescentaram que Badie foi levado à prisão de Tora, no sul da capital egípcia, onde se encontram outros dirigentes islamitas detidos recentemente.

Badie foi detido na madrugada passada no distrito de Cidade Nasser, no Cairo, perto da praça Rabea al Adauiya, onde os islamitas ficaram acampados até a operação policial de quarta-feira passada que desmantelou o protesto. Depois do golpe de Estado de 3 de julho, que depôs o presidente Mohamed Mursi, antigo militante da Irmandade, Badie foi acusado de estar envolvido na morte de manifestantes nos enfrentamentos ocorridos em frente à sede do Partido Liberdade e Justiça (PLJ), braço político do grupo.

O Tribunal de Apelação do Cairo fixou para 25 de agosto o início do seu julgamento. Até sua detenção, ordenada pela Procuradoria-Geral há mais de um mês, o paradeiro de Badia era desconhecido e não se tinham notícias suas, nem mesmo quando um de seus filhos morreu em 17 de agosto nos distúrbios no centro do Cairo.

Em sua última e surpreendente aparição pública, dois dias depois do golpe, Badie fez um discurso diante de seus seguidores na praça cairota de Rabea al Adauiya, onde afirmou que os islamitas permaneceriam nas ruas e sacrificariam suas almas por Mursi. Mohammed Badie faz parte do ala conservadora do grupo e, após assumir sua liderança em 2010, exercia papel proeminente nas decisões políticas da Irmandade.

Após a detenção, a Irmandade Muçulmana nomeou Mahmoud Izzat como seu novo guia espiritual de maneira provisória, e a chamada Aliança para a Defesa da Legitimidade, que engloba organismos islamitas, defendeu um boicote aos produtos dos países e empresas que apoiam o golpe militar.

EFE   
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