Corpos são vistos espalhados pelo chão de hospital após tiroteio em frente ao prédio da Guarda Republicana em Nasser, subúrbio de Cairo. Seguidores de o presidente deposto Mohamed Mursi e da Irmandade Muçulmana acusam o Exército de abrir fogo contra uma manifestação pacífica. Os militares dizem que o tiroteio foi perpetrado por terroristas que tentaram invadir o prédio
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Corpos são vistos em hospital após o tiroteio em frente ao prédio da Guarda Republicana, em Nasser, nos arredores do Cairo
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Homem ferido é transferido de cadeiras de rodas a hospital improvisado após o massacre
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Homem reage após ver corpos de mortos em hospital
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Homem ensanguentado é levado de maca para hospital
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Homem ferido recebe atendimento medico após ser baleado no confronto
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Seguidores de Mursi carregam companheiro ferido no tiroteio
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Homem exibe as marcas da violência na camiseta ao receber atendimento médico
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Seguidor de Mursi exibe munição usada no tiroteio e recolhida do chão
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Seguidores de Mursi erguem as mãos em frente a militares para pedir o fim do tiroteio
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Seguidores de Mursi carregam o corpo de companheiro morto no massacre
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Soldados montam guarda em frente ao prédio da Guarda Republicana após os confrontos
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A Irmandade Muçulmana do Egito convocou nesta segunda-feira uma "revolta" contra o golpe de Estado depois da morte de 51 seguidores do presidente destituído Mohamed Mursi. O movimento afirma que as mortes aconteceram de madrugada no Cairo, quando as forças de segurança abriram fogo contra pessoas que rezavam. Inicialmente, havia o resgitro de 42 mortes. Ao menos 435 pessoas ficaram feridas.
As Forças Armadas atribuíram os incidentes a "terroristas armados" que tentaram atacar o quartel-general da Guarda Republicana. Também afirmaram que simpatizantes de Mursi sequestraram dois soldados no Cairo.
A situação extremamente tensa ameaça ainda mais as complexas negociações para a formação de um governo de transição, seis dias depois da queda de Mursi.
O Partido da Justiça e da Liberdade (PJL), braço político da Irmandade Muçulmana, convocou em um comunicado uma "revolta do grande povo do Egito contra os que tentam roubar sua revolução com tanques". O PJL também pede à "comunidade internacional, aos grupos internacionais e a todos os homens livres do mundo que atuem para impedir outros massacres (e) o surgimento de uma nova Síria no mundo árabe".
Na madrugada desta segunda-feira, muitos partidários do ex-presidente rezavam diante do quartel-general da Guarda Republicana quando soldados e policiais abriram fogo, afirma a Irmandade Muçulmana em um comunicado, que destaca o balanço de pelo menos 35 mortes. O ministério da Saúde anunciou um balanço de pelo menos 42 mortos e mais de 300 feridos, sem especificar se eram apenas partidários de Mursi.
Opositores e partidários de Mursi entram em confronto no centro do Cairo
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Manifestantes usaram placas como escudos durante os confrontos
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E atiraram fogos contra seus adversários
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Manifestantes usam fogos de artifício durante os confrontos
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O cenário foi de caos na capital egípcia nesta sexta-feira
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Um carro foi incendiado pelos manifestantes
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Os maiores embates aconteceram na ponte 6 de outubro, que leva até a praça Tahrir
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Helicóptero dá rasante em palácio presidencial, no Cairo, onde milhares pediram a volta do presidente deposto Mohamed Mursi
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Helicópteros militares sobrevoaram a capital em baixa altitude
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Helicóptero sobrevoa o Cairo
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Há dias as aeronaves acompanham os protestos diários nas ruas do Cairo
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Nesta sexta, as aeronaves deram rasantes em várias partes da cidade
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Manifestantes carregam o corpo de homem baleado nas proximidades da sede da Guarda Republicana, no Cairo, durante protesto de seguidores do presidente deposto, Muhamed Mursi e da Irmandade Muçulmana. Soldados abriram fogo quando os manifestantes protestavam contra o golpe militar
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Homem verifica os sinais vitais de manifestante baleado pela polícia
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Grupo de manifestante carrega companheiro baleado pelos soldados
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Homem é fotografado no chão após ser baleado na cabeça
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Soldados armados com fuzis são fotografados atrás de barricada montada ao redor da área do protesto
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Manifestantes se aproximam de companheiro morto pelos soldados
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Manifestantes carregam homem baleado por soldados
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Seguidores de Musi confrontaram os soldados durante manifestação em defesa do presidente deposto
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A Irmandade Muçulmana convocou o ato em defesa de Mursi para esta sexta-feira
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O Exército anunciara um pouco antes que "terroristas armados" tentaram atacar o quartel da Guarda Republicana. A ação terminou com um oficial morto e vários soldados feridos, seis deles em estado crítico, segundo fontes militares.
Segundo disse uma fonte militar à agência EFE, um grupo armado tentou entrar no prédio da Guarda Republicana e, ao fracassar por causa da grande presença de forças de segurança em seu interior, disparou de maneira indiscriminada contra os manifestantes para causar o caos e facilitar o ataque. Segundo esta fonte, que pediu anonimato, um oficial da polícia morreu por disparos e 40 policiais ficaram feridos.
"O ato criminoso que aconteceu diante da Guarda Republicana e a morte de manifestantes não puderam ser realizados pela ação das Forças Armadas, que protegeram os manifestantes em Rabea al Adauiya e em frente à Guarda Republicana durante todo o tempo dos protestos sem atacar ninguém", garantiu a fonte.
Posteriormente, em entrevista coletiva, dois porta-vozes da Irmandade mostraram à imprensa a munição supostamente entregue por soldados e oficiais que se negaram a abrir fogo contra os manifestantes. Os dois exibiram ainda um vídeo no qual se vê um suposto franco-atirador sobre um edifício do quartel-general da Guarda Republicana.
O partido salafista Al-Nur informou a saída das negociações para a formação de um novo governo em resposta ao "massacre" desta segunda-feira de partidários do presidente derrubado. "Decidimos sair imediatamente das negociações em resposta ao massacre diante da sede da Guarda Republicana" no Cairo, escreveu o porta-voz do Al-Nur, Nader Bakar, no Twitter.
1º de julho - Manifestante vestido com a máscara de Guy Fawkes exibe cartão vermelho para o presidente Mohamed Mursi durante protesto na Praça Tahrir. Após um grande ato no domingo (dia 30), centenas de milhares de pessoas voltaram às ruas exigindo que Mursi renunciasse ao cargo
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1º de julho - Manifestantes saqueiam prédio da Irmandade Muçulmana no Cairo. Após massivos protestos contra Mursi no final de semana, confrontos se espalharam pelo país entre opositores e simpatizantes do presidente. O saldo de mortos já chegava a ao menos 18 vítimas fatais
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1º de julho - O presidente Mursi (dir.) se reúne com o primeiro-ministro, Hesham Kandil (centro) e o ministro da Defesa e chefe das Forças Armadas, Abdel Fattah el-Sisi, no Cairo. Em nome do Exército, Siisi deu um ultimato para que as forças políticas do país resolvessem em 48 horas a situação que levaram milhões de pessoas às ruas
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1º de julho - Helicópteros militares sobrevoam a Praça Tahrir, no Cairo, com bandeiras do Egito. As Forças Armadas dão um ultimato às forças políticas do país para que o impasse político seja resolvido
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1º de julho - Centenas de milhares de pessoas lotam a Praça Tahrir após o anúncio do ultimato dos militares
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1º de julho - Silhueta de opositores egípcios que exigem a renúncia de Mursi após o ultimato dado pelos militares
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1º de julho - Fogos de artifício explodem sobre manifestação anti-Mursi nos arredores do Palácio Presidencial, no Cairo
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1º de julho - Simpatizantes de Mursi se manifestam enquanto fogos de artifício explodem sobre a região de Nasser, no Cairo
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2 de julho - Simpatizantes de Mursi treinam luta e se preparam para proteger o regime do presidente nos arredores da mesquita Rabia el-Adawiya, no Cairo
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2 de julho - Voluntários fazem cordão humano para proteger mulheres de agressões sexuais durante protesto contra Mursi na Praça Tahrir, no Cairo. Organizações de direitos humanos denunciaram que dezenas de mulheres foram violentadas em meio às manifestações e em vias de acesso
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2 de julho - Simpatizantes de Mursi tremulam bandeira enquanto helicóptero militar sobrevoa ato em Alexandria. As Forças Armadas sugerem que Mursi dê espaço para uma administração interina, o cancelamento da constituição de perfil islâmico e a convocação de novas eleições para 2014
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2 de julho - Manifestantes tomam ponte nas proximidades da Praça Tahrir para acessarem o protesto contra Mursi
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2 de julho - Policiais à paisada armados com fuzis acompanham manifestação anti-Mursi em Gizé
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2 de julho - Manifestante carregam bandeira gigante do Egito durante protesto contra Mursi no Palácio Presidencial, no Cairo
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2 de julho - Manifestantes contrários a Mursi projetam com lasers a expressão Game Over (o jogo acabou, do inglês) em prédio na Praça Tahrir. Durante a noite, Mursi discursa, defende a si próprio como o único representante legítimo do Egito e nega renunciar
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3 de julho - Manifestante protesta em frente à veículo em chamas durante confronto entre opositores e seguidores de Mursi em Gizé, durante a madrugada
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3 de julho - Manifestante ferido reage após confronto entre moradores e seguidores da Irmandade Muçulmana nos arredores da Universidade do Cairo. O ministério da Saúde aponta que mais 18 pessoas morreram nesses confrontos, iniciados na véspera
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3 de julho - Simpatizantes de Mursi rezam durante ato pró-Irmandade Muçulmana em frente à mesquita Raba El-Adwya, no Cairo
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3 de julho - Crianças egípcias seguram bandeiras do país e interagem com militares enquanto as Forças Armadas ocupam ruas do Cairo após o fim do ultimato para que o impasse político fosse resolvido
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3 de julho - Militares com armas em mãos montam guarda em manifestação contra Mursi nas proximidades da sede da Guarda Republicana, no Cairo. Um assessor de Mursi afirma que um golpe militar está em andamento
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3° de julho - Opositor de Mursi dá um beijo em militar durante ato nos arredores da Universidade do Cairo
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3 de julho - Fogos de artifício explodem sobre a Praça Tahrir em comemoração à queda do presidente Mursi. O chefe das Forças Armadas, Abdel Fattah al-Sisi, anuncia na televisão estatal que a deposição de Mursi. A Constituição é suspensa
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3 de julho - Manifestante exibe foto do general Abdel Fattah al-Sisi, chefe das Forças Armadas, após ele anunciar a deposição do presidente Mursi
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3 de julho - Membros da Irmandade Muçulmana e seguidores de Mursi exibem fotos do presidente deposto após o anúncio dos militares, no Cairo. Mursi denuncia um golpe militar contra um "Egito civil e democrático" e diz que segue sendo o presidente legítimo do país. Ele é mantido em prisão domiciliar
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3 de julho - Manifestantes celebram a queda Mursi na Praça Tahrir. Novos confrontos pelo país após o anúncio militar deixam 15 mortos