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África

Duplo atentado suicida deixa pelo menos 51 mortos na Nigéria

10 fev 2016 - 17h18
(atualizado às 18h00)
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Pelo menos 51 pessoas morreram e outras 78 ficaram feridas em um duplo atentado suicida ocorrido em um campo de deslocados em Dikwa, no estado de Borno, no nordeste da Nigéria, informou nesta quarta-feira a imprensa local.

Segundo as primeiras informações, o atentado aconteceu na terça-feira de manhã quando dois terroristas suicidas se infiltraram no campo enquanto as autoridades distribuíam o café da manhã, mas a notícia do ataque não foi divulgada até hoje pelas dificuldades de comunicação na área.

Ainda não há números oficiais, mas moradores da área asseguram que, durante o enterro coletivo realizado ontem, pelo menos 51 corpos, a maioria de mulheres e crianças, foram sepultados.

Embora nenhum grupo tenha reivindicado o ataque, as suspeitas recaem sobre o Boko Haram, que nos últimos anos matou dezenas de milhares de pessoas em sua tentativa de impor a sharia, versão radical da lei islâmica, no nordeste da Nigéria.

"As pessoas estavam fazendo fila para o café da manhã e uma das bombas explodiu. No caos que se seguiu à explosão, outra bomba foi detonada", relatou à emissora "Channels Television" Mustapha Ali, um testemunha do atentado.

O campo para deslocados de Dikwa, que está a 80 quilômetros de Maiduguri, abriga mais de 51.000 pessoas que fugiram da violência do Boko Haram, que declarou sua lealdade ao grupo jihadista Estado Islâmico no início de março do ano passado.

"Não temos controle sobre nossos movimentos. O governo decide onde nos ficamos, mas gostaríamos que nos realojassem em Maiduguri, porque agora estamos em uma área de guerra", acrescentou Ali.

Apenas em 2015, o grupo islamita radical foi responsável por mais de 4.000 mortes apesar da crescente pressão do exército nigeriano e de seus aliados regionais.

No final de janeiro, um grupo de milicianos do Boko Haram atacou um povoado perto de Maiduguri, capital do estado de Borno, e matou pelo menos 85 pessoas.

Nos últimos meses o grupo terrorista ampliou sua área de operações ao Lago Chade, uma região difícil de controlar pela porosidade das fronteiras entre Nigéria, Camarões, Chade e Níger onde cometeram dezenas de atentados suicidas.

EFE   
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