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África

Desmonte de acampamentos pró-Mursi derramará mais sangue, adverte AI

1 ago 2013 - 10h46
(atualizado às 10h50)
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A decisão do governo egípcio de desmantelar os acampamentos a favor do presidente deposto Mohammed Mursi no Cairo é "uma fórmula para novos derramamentos de sangue", advertiu nesta quinta-feira Anistia Internacional.

A AI lembrou em comunicado que os efetivos de segurança egípcios têm histórico de uso excessivo da força para reprimir as manifestações e opinou que com sua resolução o Executivo deu o sinal verde à execução de novos abusos.

Ontem, o governo decidiu começar a adotar "as medidas necessárias" para pôr fim aos acampamentos pró-Mursi nas praças cairotas de Rabea al Adauiya, no distrito de Cidade Nasser, e de Al-Nahda, em Dokhi.

A diretora adjunta do Programa para o Oriente Médio e o Norte da África da AI, Hasiba Hadj Sahraui, ressaltou que "as autoridades e as forças de segurança devem adotar um enfoque que evite o uso da força e se baseie em 'métodos de persuasão, negociação e mediação', como recomendam as normas internacionais".

A AI lembrou que, na madrugada do passado dia 27, 80 pessoas perderam a vida em choques entre manifestantes islamitas e a polícia nas imediações de Rabea al Adauiya.

Segundo organização, os efetivos de segurança utilizaram munição letal na repressão dos protestos."As forças de segurança não devem recorrer ao uso de armas de fogo a menos que exista uma ameaça iminente de morte ou lesões graves", argumentou Sahraoui.

A organização destacou ainda que nas últimas semanas os partidários de Mursi cometeram atos violentos como tortura, e utilizaram armas de fogo.

Mesmo assim, Hasiba advertiu que "o uso da violência por parte de alguns manifestantes não deve ser um pretexto para impedir que outras pessoas exerçam seu direito ao protesto pacífico".

"Trata-se de um direito humano que as autoridades egípcias têm a obrigação de respeitar. A decisão de dispersar qualquer aglomeração só deve ser tomada em último caso", acrescentou.

A diretora adjunta da AI pediu a que a Justiça averigue de "forma parcial e independente" os episódios de violência.

EFE   
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