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África

Deputados sul-africanos param em protesto contra xenofobia

O presidente Jacob Zuma prometeu atacar a raiz dos problemas que alimentam o ressentimento contra os trabalhadores imigrantes africanos

24 abr 2015 - 10h11
(atualizado às 13h26)
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Cidadãos do Malawi concentram-se em um acampamento voltado para imigrantes na cidade de Durban, África do Sul, em 18 de abril
Cidadãos do Malawi concentram-se em um acampamento voltado para imigrantes na cidade de Durban, África do Sul, em 18 de abril
Foto: Rogan Ward / Reuters

Os deputados sul-africanos anunciaram hoje (24) que vão suspender os trabalhos na próxima semana para fazer campanha contra a xenofobia nos respectivos círculos eleitorais, após a onda de violência que causou pelo menos sete mortes em três semanas.

Esta decisão é a última de uma série de iniciativas do governo do presidente

, como encontros com a sociedade civil e campanhas na rádio e televisão, para pacificar e dar garantias à comunidade internacional e aos países africanos de origem da maioria das vítimas da violência.

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"O Parlamento junta sua voz ao conjunto das condenações de violência contra os estrangeiros, o racismo e todas as formas de intolerância no nosso país", de acordo com um comunicado.

"Devemos mostrar a todos a dignidade e o respeito que obtivemos no passado, em particular dos povos da África, durante a nossa luta pelos direitos humanos e a liberdade, para abolir o racismo e o sexismo vigentes no regime do apartheid", acrescentaram parlamentares. O Parlamento é composto por maioria de parlamentares do Congresso Nacional Africano (ANC, sigla em inglês), o partido de Nelson Mandela, desde 1994.

Zuma reuniu-se hoje com responsáveis de associações de imigrantes e da diáspora africana na África do Sul.

O presidente prometeu atacar a raiz dos problemas que alimentam o ressentimento contra os trabalhadores imigrantes africanos, uma tarefa difícil quando o desemprego afeta uma grande parte da maioria negra, mais de 20 anos depois do fim do regime racista do apartheid.

Os imigrantes do continente são acusados de ficarem com o trabalho dos sul-africanos e de contribuirem para a elevada criminalidade.

O Exército reforçou o contingente policial em duas operações em residências de trabalhadores, acusados agir contra imigrantes do Malaui, Moçambique e Zimbabue e de outros países.

Na quinta-feira (23), cerca de dez mil pessoas manifestaram-se em Joanesburgo para rejeitar a violência xenófoba que causou a morte de sete pessoas e provocou o deslocamento de milhares de estrangeiros em três semanas.

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Agência Brasil Agência Brasil
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