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África

Conheça as datas mais importantes da Irmandade Muçulmana egípcia

20 ago 2013 - 13h55
(atualizado às 14h11)
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A Irmandade Muçulmana egípcia é o movimento mais antigo e representativo do islamismo sunita.

- Março de 1928: Fundação da confraria em Ismailia (nordeste) por Hassan al-Banna, um professor de teologia de 20 anos de idade. Ele atribui a si mesmo o título de murchid (guia). Inicialmente uma simples associação de caridade, o movimento passa a ter propósitos políticos: se opõe à presença britânica e defende a instauração de um Estado islâmico.

- Dezembro de 1948: Um militante da Irmandade Muçulmana assassina o primeiro-ministro Mahmud Fahmi al-Noqrachi, que havia ordenado a dissolução da Irmandade. O movimento passa a ser alvo de uma repressão brutal. Em fevereiro de 1949, Hassan al-Banna é assassinado pela polícia secreta.

- 1954: O presidente Gamal Abdel Nasser decide proibir novamente a Irmandade depois de uma tentativa de assassinato contra ele, atribuída ao movimento. Até a morte de Nasser em 1970, milhares membros da Irmandade Muçulmana são detidos ou passam à clandestinidade.

- Agosto de 1966: Sayyid Qutb, um dos principais teóricos da Irmandade e inspiração de seu radicalismo, é executado pelo governo Nasser.

- 1971: Anwar al-Sadat, que sucedeu Nasser, declara anistia geral para a Irmandade Muçulmana. Mas a Irmandade rejeita os acordos de paz que Sadat assinou com Israel em 1979 e, em 1981, o presidente é assassinado por ex-membros que passaram ao extremismo.

- 1984: O presidente Hosni Mubarak reconhece a Irmandade como uma organização religiosa, mas nega o registro como um partido político. A Irmandade apresenta candidatos independentes. Depois da vitória nas eleições legislativas de 2005 (20% das cadeiras), fracassa no primeiro turno das eleições legislativas de 2010 e boicota o segundo turno alegando fraudes em massa.

- Fevereiro de 2011: Sob pressão das ruas, Mubarak transfere seus poderes para o Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA). A Irmandade Muçulmana não iniciou a revolta, mas gradualmente se uniu a ela. O movimento sai da clandestinidade e cria o Partido da Liberdade e Justiça (PLJ).

- 30 de junho 2012: Mohamed Mursi, eleito com 51,73% dos votos, torna-se o primeiro presidente eleito democraticamente. Também é o primeiro islâmico e o primeiro civil a presidir o país.

- 3 de julho de 2013: Após manifestações em massa exigindo a saída do presidente um ano depois de sua eleição, o Exército derruba Mursi e anuncia eleições antecipadas. Mursi é preso "preventivamente" no ministério da Defesa, enquanto sua equipe de governo é mantida presa em um prédio militar.

- 10 de julho: A Irmadade Muçulmana rejeita a oferta de fazer parte do governo interino. As autoridades egípcias ordenam a prisão do Guia Supremo da Irmandade, Mohamed Badie, e de outros líderes da confraria por envolvimento na violência que causou mais de 50 mortes em 8 de julho no Cairo.

- 26 julho: Mursi é formalmente colocado em prisão preventiva por cumplicidade nos ataques atribuídos ao Hamas palestino e uma fuga da prisão no início de 2011.

- 4 agosto: a justica fixa para 25 de agosto a abertura do processo contra seis dirigentes da Irmandade Muçulmana, entre eles guia supremo, Mohamed Badie. Badie, foragido, deve responder por "incitação à morte".

- 14 agosto: intervenção violenta das forças de segurança para dispersar os partidários de Mursi de duas praças do Cairo. Mais de 120 civis são mortos. Até o final de agosto, cerca de 900 pessoas morreram, principalmente civis, nos confrontos registrados no país.

- 20 agosto: O Guia Supremo da Irmandade Muçulmana, Mohamed Badie, é capturado no Cairo e colocado em prisão preventiva por "incitação ao assassinato" de manifestantes. Mahmud Ezzat é nomeado como Guia Supremo temporário da confraria.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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