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África

Confrontos entre partidários e opositores de Mursi no Cairo

26 jul 2013 - 09h55
(atualizado às 14h09)
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Partidários e adversários do presidente islamita deposto Mohamed Mursi se enfrentaram a pedradas nesta sexta-feia durante manifestações no bairro popular de Chubra, no Cairo, informaram testemunhas e fontes da segurança.

Os adversários do presidente deposto pelo exército queimaram fotografias de Mursi e lançaram garrafas contra a manifestação de seus partidários, enquanto os habitantes tentavam se colocar entre eles, relataram as fontes.

Os egípcios se reuniam nesta sexta-feira para participar de manifestações rivais convocadas pelo exército e pela Irmandade Muçulmana, decididos a medir suas forças no âmbito dos confrontos iniciado após a destituição de Mursi, no dia 3 de julho.

As autoridades reforçaram a segurança nesta sexta-feira no país, onde a violência relacionada aos conflitos políticos deixou mais de 200 mortos em um mês.

Um tribunal do Cairo ordenou nesta sexta-feira a detenção de Mursi por suposta cumplicidade em ataques imputados ao Hamas palestino e por uma fuga da prisão no início de 2011, informou a agência oficial Mena, uma decisão que a Irmandade Muçulmana classificou de "vingança do antigo regime" de Hosni Mubarak.

Mursi, detido em um local secreto pelo exército desde sua destituição, permanecerá em prisão preventiva por no máximo 15 dias. O procedimento se centra em seu suposto envolvimento em ataques contra a polícia sob o regime de seu antecessor Hosni Mubarak, imputados ao Hamas, e em sua fuga da prisão de Wadi Natrun no mesmo período, segundo a mesma fonte.

Estas acusações "soam como uma vingança do antigo regime, que indica que retorna com força", declarou à AFP Gehad el-Hadad, um porta-voz do movimento da Irmandade Muçulmana, do qual Mursi faz parte.

No dia 23 de junho um tribunal egípcio estabeleceu que o Hamas, no poder na Faixa de Gaza, e o movimento xiita libanês Hezbollah estiveram envolvidos na fuga de prisioneiros, entre eles Mursi, durante a revolta contra Hosni Mubarak, no início de 2011.

O Hamas, por sua vez, denunciou a decisão do tribunal do Cairo.

"O Hamas condena esta decisão porque se baseia na premissa de que o movimento Hamas é hostil (...) É uma suposição perigosa que confirma que o poder atual no Egito renuncia às causas nacionais (...) entre elas à causa palestina", declarou à AFP um porta-voz do grupo, Sami Abu Zuhri.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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