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África

Combates na RDC deixam 130 mortos

15 jul 2013 - 16h25
(atualizado às 16h29)
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Os combates travados desde domingo em Mutaho, perto de Goma (leste da República Democrática do Congo), deixaram 130 mortos, incluindo 120 rebeldes e dez soldados, indicou nesta segunda-feira o governo congolês.

Disparos de morteiros eram ouvidos dos arredores de Goma, a capital regional de Kivu-Norte, segundo fontes locais.

Vários tanques do Exército congolês continuam a disparar contra posições do movimento rebelde M23, constatou um fotógrafo da AFP, que viu milhares de refugiados fugindo em direção a Goma.

"Nossas forças infligiram pesadas perdas aos rebeldes do M23: 120 foram mortos e 12 capturados", assegurou o porta-voz Laurent Mende, durante uma coletiva de imprensa em Kinshasa, acrescentando que dez soldados do Exército da RDC morreram.

Esse registro não pôde ser confirmado com o M23 nem com fontes independentes.

O porta-voz do governo não quis especificar o número de soldados envolvidos nos combates. De acordo com fontes locais, três batalhões das FARDC - cerca de 2.000 homens - estariam lutando.

Estes confrontos começaram domingo à tarde em Mutaho, cerca de dez quilômetros ao norte de Goma, e prosseguiam nesta segunda.

Os confrontos envolvem, até o momento, apenas rebeldes do Movimento de 23 de Março (M23) e soldados do Exército congolês. As forças da ONU não interviram, segundo o porta-voz.

O M23 é formado por ex-soldados congoleses que se amotinaram e receberam homens e munições de Uganda e Ruanda, de acordo com a RDC e as Nações Unidas. Ambos os países negam qualquer assistência ao M23.

"Durante várias semanas, os rebeldes e seus aliados ruandeses reforçaram suas posições nos arredores de Kibati, perto de Mutaho", assegurou Mende.

Já o M23 condenou "esta retomada da guerra por iniciativa do governo congolês", em um comunicado difundido no início da noite.

Ruanda, por sua vez, acusou o Exército da RDC e a Força da ONU neste país de terem "deliberadamente" bombardeado duas aldeias ruandesas.

"Dois morteiros atingiram os vilarejos de Kageshi e Gasiza (...) 8 km e 12 km ao norte de Rubavu", novo nome da cidade de Gisenyi, sem ferir ninguém, declarou à AFP o general Joseph Nzabamwita, porta-voz do Exército ruandês.

"Trata-se de um ato de provocação deliberada", disse ele, rejeitando a hipótese de acidente, porque, segundo ele, nenhum combate foi registrado nas proximidades da zona de origem dos disparos.

O movimento rebelde, que chegou a ocupar Goma durante dez dias em novembro de 2012, deixou a cidade sob pressão dos países da região em troca de negociações com o governo.

As negociações de paz iniciadas em dezembro em Kampala não avançaram muito, já que o governo se recusa a estendê-las aos níveis político e social.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas adotou em março uma resolução criando uma brigada de intervenção de 3.000 homens dentro da Missão de Estabilização na RDC (Monusco), para neutralizar os grupos armados no leste da RDC.

A Monusco é comandada pelo general brasileiro Carlos Alberto dos Santos Cruz.

Para fugir da violência, 65.000 congoleses já buscaram refúgio em Uganda, segundo novas estimativas da Comitê Internacional da Cruz Vermelha.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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