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África

Chefe militar não revela quando devolverá poder em Mali

26 mar 2012 - 21h48
(atualizado às 22h07)
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O capitão Amadou Haye Sanogo, chefe da Junta Militar que derrubou o presidente Amadou Toumani Touré, não revelou quando devolverá o poder a um governo civil e reconheceu que Mali vive uma "situação difícil". Em discurso à nação transmitido na noite desta segunda-feira pela televisão estatal ORTM, Sanogo, chefe do Comitê Nacional para a Recuperação da Democracia e a Restauração do Estado (CNRDRE), fez uma chamada à classe política e à sociedade civil para que se unam aos golpistas a fim de "encontrar o caminho mais curto rumo a uma vida constitucional normal".

"A situação é difícil, mas superável e hoje é preciso manter a esperança", declarou o chefe da Junta antes de dirigir uma mensagem tranquilizadora a seus concidadãos e à comunidade internacional na qual mostrou "uma vontade de recondução à democracia". O capitão Sanogo não indicou quando devolverá o poder a um governo civil nem fez menção alguma às eleições gerais que deveriam acontecer no dia 29 de abril.

"O CNRDRE decidiu assumir suas responsabilidades a fim de evitar o caos", se limitou a dizer antes de reprovar mais uma vez o presidente deposto e sua má gestão da crise no norte de Mali, palco desde meados de janeiro de uma rebelião armada dos separatistas do Movimento Nacional para a Libertação do Azawad (MNLA). Estes separatistas reivindicam a independência de Azawad, no norte do país, e afirmam que controlam 70% do território após expulsar as forças do regime.

Além disso, convidou a região, o continente africano e os parceiros internacionais de seu país a "acompanhar o CNRDRE nestes momentos difíceis". Para o capitão Sanogo, a operação na qual derrubou o presidente Touré, respondia a "exigências sociopolíticas". O militar pediu aos rebeldes tuaregues para que cessem os combates e se mostrou disposto a iniciar conversas com eles, antes de advertir que tudo é negociável, "exceto a unidade de Mali e a integridade de seu território".

Pouco antes de seu discurso, o CNRDRE anunciou em comunicado que o espaço aéreo, fechado depois do golpe de Estado da quinta-feira passada, foi parcialmente reaberto esta tarde essencialmente para voos civis, e que as fronteiras terrestres foram também reabertas a fim de facilitar o trânsito de mercadorias.

EFE   
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