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África

Caixas-pretas do avião da Swiftair chegarão amanhã à França

27 jul 2014 - 18h59
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As duas caixas-pretas do avião da companhia espanhola Swiftair que caiu na quinta-feira passada no leste do Mali quando voava pela Air Algérie devem chegar amanhã ao órgão oficial francês encarregado dos acidentes aeronáuticos, o BEA, em Le Bourget, perto de Paris.

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Destroços do voo da Swiftair, em Mali
Foto: Stringer / Reuters

O diretor do Escritório de Investigação e Análise (BEA), Rémy Jouty, disse neste domingo, em entrevista ao canal "France 2" que as caixas estiveram "nas mãos das autoridades do Mali", que dirigem as pesquisas do acidente por ser o país onde aconteceu, mas "nos pediram para ajudá-los."

Por isso, a transferência da cidade de Gao, no norte do Mali, para a França, foi organizada "muito rapidamente" e os especialistas as esperam "a partir de amanhã" em Le Bourget para explorar seu conteúdo, explicou Jouty.

Perguntado sobre seu estado, o representante contou que a caixa que registra os parâmetros do voo "ficou pouco danificada", por isso há grandes esperanças de que seus dados possam ser recuperados.

Quanto à segunda, a que grava as conversas que acontecem na cabine, "parece muito mais danificada", embora tenha acrescentado que "é cedo demais" para tirar conclusões dessa primeira constatação e o BEA confia em que possa dar informações.

Jouty comentou que, em vista do espaço muito reduzido no qual foram encontrados os destroços da aeronave (cerca de nove hectares) pode-se supor que houve "um impacto de extrema violência" ao chocar contra o solo e que aconteceu a "grande velocidade."

Um dos legista da Gendarmaria francesa enviados ao lugar da região de Gossi, no Mali, onde caiu o MD-83 de Swiftair, contou que não se encontraram cadáveres inteiros, o que dá a entender que a dureza do choque os desintegrou.

Mais de 200 militares, em boa parte franceses, se encarregam de garantir a segurança do lugar onde caíram os fragmentos do avião, uma região de savana em plena estação de chuvas a quase dez horas de caminho por terra de Gao, aonde está previsto levar os restos mortais antes de enviá-los a Paris para uma identificação em profundidade, prévia à repatriação aos países de origem.

A França tem cerca de 1.600 militares enviados no Mali como continuação da operação que lançou no início de 2013 para despejar os jihadistas que controlavam o norte. Além disso, conta com bases em dois países vizinhos, Níger e Chade.

O ministro de Transportes do Mali, Mamadou Hachim Koumaré, recuperou neste domingo na cidade malinesa de Gao as duas caixas-pretas do avião para enviá-las a Bamaco.

O ministro malinês estava acompanhado de seu colega argelino Amar Ghul, que viajou ao país para acompanhar de perto o andamento das investigações e as operações para recuperar os corpos das vítimas.

A agência oficial argelina, "APS", publicou que os ministros mostraram as duas caixas-pretas aos jornalistas no aeroporto de Gao, depois que o titular de transporte argelino viajou até a região de Gossi, local do acidente, a cerca de 160 quilômetros de distância de Gao.

Em um breve pronunciamento, o ministro malinês insistiu no envolvimento de todos os países e destacou especialmente o papel da Argélia.

Desde a tragédia do avião MD-83 na quinta-feira passada, no qual, segundo as autoridades francesas, viajavam 118 pessoas, a França tomou a iniciativa tanto nas operações de busca, como na recuperação dos restos mortais e nas investigações.

Argélia, país ao qual pertence Air Algérie, mostrou publicamente seu mal-estar pelo papel tomado pelas autoridades francesas, que asseguraram que os cadáveres serão transferidos à França.

Segundo o ministro dos Transportes da Argélia, deveria ser a Agência Internacional do Transporte Aéreo (Iata), com sedes em Montreal e Genebra a encarregada de inspecionar as caixas-pretas e o Mali, a Argélia e os Estados Unidos os responsáveis pelas investigações.

EFE   
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