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África

Berço da 'Primavera Árabe', nova Constituição da Tunísia entra em vigor

A Carta da Tunísia tem sido elogiada como uma das mais progressistas do mundo árabe, pois designa o islamismo como religião do Estado ao mesmo tempo em que protege a liberdade de crença e a igualdade entre os sexos

27 jan 2014 - 19h30
(atualizado às 20h04)
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O Presidente da Tunísia, Moncef Marzouki, assina a nova Constituição em Tunis, nesta segunda-feira. O documento é inovador e tido como uma das Constituições mais progressistas do mundo árabe
O Presidente da Tunísia, Moncef Marzouki, assina a nova Constituição em Tunis, nesta segunda-feira. O documento é inovador e tido como uma das Constituições mais progressistas do mundo árabe
Foto: AP

A Tunísia adotou nesta segunda-feira, 27, uma nova Constituição, num grande passo rumo à democracia no país que deu início às revoluções da Primavera Árabe e conseguiu de modo geral evitar o caos e a violência que agora assola nações vizinhas cujas revoltas inspirou.

Depois de anos sob o governo do autocrata Zine el-Abidine Ben Ali, a Carta da Tunísia tem sido elogiada como uma das mais progressistas do mundo árabe, pois designa o islamismo como religião do Estado ao mesmo tempo em que protege a liberdade de crença e a igualdade entre os sexos.

O Parlamento irrompeu em festa depois da assinatura oficial da Constituição aprovada no sábado à noite pelos parlamentares, encerrando assim meses de impasse que ameaçavam prejudicar a transição no país.

"Este é um dia excepcional para a Tunísia, onde nós celebramos a vitória sobre a ditadura. O governo e a oposição venceram, a Tunísia venceu", declarou o presidente Moncef Marzouki ao Parlamento depois de sancionar a Constituição.

O firme progresso o pequeno país do norte da África contrasta profundamente com a turbulência na Líbia e Egito, cujas populações seguiram a Tunísia e derrubaram seus líderes autocratas em 2011.

O mercado de ações da Tunísia teve alta de 1,7 por cento nesta segunda-feira, em um sinal de confiança do investidor na estabilidade do país, com a Constituição em vigor e a formação de um novo governo interino que conduzirá o país até as eleições.

<p>Mourad Amdouni, membro do Parlamento, segura o retrato do líder da oposição assassinado, Mohamed Brahmi, durante a cerimônia na Assembléia Nacional Constituinte</p>
Mourad Amdouni, membro do Parlamento, segura o retrato do líder da oposição assassinado, Mohamed Brahmi, durante a cerimônia na Assembléia Nacional Constituinte
Foto: AP

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