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África

Ativista tunisiana deixa Femen e acusa grupo de islamofobia

20 ago 2013 - 07h37
(atualizado às 08h17)
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A tunisiana enviou fotos de protesto ao Femen na Ucrânia que se espalharam pelo mundo
A tunisiana enviou fotos de protesto ao Femen na Ucrânia que se espalharam pelo mundo
Foto: Femen / Reprodução

A militante tunisiana Amina Sboui, colocada em liberdade no início de agosto após dois meses e meio de detenção, anunciou nesta terça-feira que deixará o grupo feminista Femen, acusado por ela de islamofobia.

"Não quero que meu nome seja associado a uma organização islamofóbica. Não gostei da ação na qual as meninas (do Femen) gritavam 'Amina Akbar, Femen Akbar' (uma paródia de oração) ante a embaixada da Tunísia na França, ou quando queimaram a bandeira do Tawhid (dogma fundamental do Islã) ante a mesquita de Paris", disse à edição do Magreb do site de informação Huffington Post. "Isso afetou muitos muçulmanos e muitos de meus familiares. É preciso respeitar a religião de cada um", afirmou.

Amina se referia a duas ações levadas adiante pelo Femen na França para apoiá-la quando estava detida por ter pintado em maio a palavra "Femen" no muro de um cemitério em Kairouan (150 km ao sul de Túnis) para denunciar uma manifestação salafista.

Amina, 18 anos, também criticou a "opacidade" na forma de financiamento do Femen, organização feminista fundada na Ucrânia, mas agora baseada em Paris, e conhecida por suas ações com os seios à mostra em apoio aos direitos das mulheres e contra as ditaduras.

Amina faz sinal de positivo após deixar prisão, em Sousse, em 1º de agosto
Amina faz sinal de positivo após deixar prisão, em Sousse, em 1º de agosto
Foto: AFP

A jovem tunisiana, que foi ameaçada em março por ter publicado na internet fotografias com os seios à mostra ao estilo das Femen, foi detida em 19 de maio durante sua ação de protesto no cemitério.

A detenção de Amina desencadeou um movimento de solidariedade na Tunísia e no exterior. ONGs, opositores e militantes de direitos humanos viram em sua detenção uma prova de puritanismo que os islamitas do Ennahda - que dirige o governo - querem impor no país. Três militantes europeias do Femen também foram presas na Tunísia durante várias semanas por terem realizado uma ação com os seios à mostra para apoiar a jovem.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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