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África

Ataque de kadafistas mata comandante do CNT em Bani Walid

28 set 2011 - 09h55
(atualizado às 14h13)
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Os combatentes do novo regime líbio pediram mais uma vez nesta quarta-feira que a Otan intensifique os ataques para pôr fim à resistência das forças leais a Muammar Kadafi em Sirte e em Bani Walid, dois bastiões do líder deposto onde sofreram fortes baixas.

Combatente pró-CNT observa fumaça deixada por foguete Grad disparado por forças leais a Kadafi em Bani Walid
Combatente pró-CNT observa fumaça deixada por foguete Grad disparado por forças leais a Kadafi em Bani Walid
Foto: Reuters

No vasto oásis de Bani Walid, 170 km ao sul de Trípoli, as forças das novas autoridades se preparavam para lançar uma nova ofensiva um dia após confrontos em que sofreram onze baixas. Entre as vítimas está um comandante anti-Kadafi, morto na madrugada desta quarta-feira.

Dau al-Salihine Jadak, que comandava a frente norte de Bani Walid, morreu quando um foguete atingiu seu automóvel, declarou à AFP Abdullah Kenchil, uma autoridade local do Conselho Nacional de Transição.

"Morreu dentro de Bani Walid quando se dirigia à zona dos combates", declarou Kenchil, afirmando que Jadak era um dos principais comandantes que participava da batalha de Bani Walid.

Oriundo de Bani Walid, em 1993 Dau al-Salihine Jadak desenvolveu ações hostis ao regime de Muammar Kadafi, que fizeram com que passasse 18 anos preso. Foi libertado apenas em fevereiro, durante a revolta popular que derrubou o líder líbio, atualmente foragido.

Esta baixa é um duro golpe para os combatentes do CNT, que enfrentam forte resistência das tropas kadhafistas e não conseguem avançar. "A Otan está presente, mas não intervém o bastante. Precisamos de mais ajuda da Otan", explicou à AFP Walid Jaimej, um capitão das forças do CNT.

Desde o fim de março, a Otan dirige uma coalizão internacional de intervenção na Líbia, sob o mandato da ONU, para proteger a população civil, vítima da repressão do regime de Kadafi.

Muammar Kadafi desapareceu desde a queda de seu quartel-general em Trípoli, no dia 23 de agosto, e é alvo de uma ordem de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) por supostos crimes contra a Humanidade. A Interpol divulgou um aviso de busca internacional.

A cidade litorânea de Sirte, de 70 mil habitantes, está cercada há vários dias pelos combatentes do CNT, que anunciaram ter tomado o controle do porto na terça-feira.

Já a Otan denunciou na terça-feira uma grave degradação da situação humanitária para os civis de Sirte e de Bani Walid. Segundo a ONU, a situação de dezenas de milhares de habitantes que fugiram das duas cidades também é preocupante.

No plano político, em Benghazi (leste) foi anunciada a formação da Reunificação Nacional pela Justiça e a Democracia (RNJD), um partido político que quer instaurar um Estado baseado no direito e na descentralização.

Pelo contrário, o CNT anunciou que a formação de um governo de transição, adiada várias vezes por discordâncias internas, só irá ocorrer quando todo o país estiver sob seu controle.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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