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África

Argélia: operação para libertar reféns termina com vários mortos

17 jan 2013 - 19h49
(atualizado às 19h56)
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Forças especiais do Exército argelino concluíram na noite desta quinta-feira a operação para libertar os reféns mantidos por um grupo armado islâmico em um campo de gás do centro-leste da Argélia, informou o governo, admitindo que vários estrangeiros morreram no confronto.

Não foi informado o número de mortos na operação, que visava libertar centenas de trabalhadores argelinos e cerca de 40 estrangeiros capturados pelo grupo ligado à Al-Qaeda no campo de In Aménas, mas o ministro das Comunicações, Mohamed Said, anunciou que, "lamentavelmente, há mortos e feridos, incluindo estrangeiros".

Um porta-voz da "Brigada Mokhtar Belmokhtar", o grupo islâmico que reivindicou o sequestro, disse à agência mauritana Nuakchott Information (ANI) que 34 reféns estrangeiros morreram durante a operação do Exército e que outros sete permaneciam vivos.

Na ação também morreu Abu al-Baraa, chefe do comando que invadiu o campo de gás, disse o porta-voz à agência ANI.

Segundo o ministro Said, o sequestro foi realizado por uma "multinacional terrorista que visa a implicar a Argélia no conflito no Mali, "desestabilizar" o Estado argelino e "destruir sua economia" baseada na exploração dos hidrocarbonetos.

O ministro argelino do Interior, Dahou Ould Kablia, revelou que "o grupo terrorista que atacou o campo In Aménas veio da Líbia".

Ould Kablia confirmou que o ataque ao campo de gás foi liderado por Mokhtar Belmokhtar, um argelino fundador da Al-Qaeda no Magreb Islâmico que (Aqmi) que se separou do grupo em dezembro passado.

O agressores justificaram o sequestro como uma represália à operação francesa contra os "jihadistas" no norte do Mali. Os aviões franceses que atacam os rebeldes malinenses sobrevoam o espaço aéreo argelino.

Mohamed Said informou que o governo argelino está em "contato permanente" com os países envolvidos para informar sobre a situação.

O ministro acrescentou que "numerosos agressores foram neutralizados" quando tentavam fugir para um país vizinho. A fronteira mais próxima é a líbia.

Said destacou que a princípio o governo argelino "buscou uma solução pacífica para obter um final feliz", mas os agressores "fortemente armados", que qualificou de "fanáticos" islâmicos, "mostraram sua clara vontade de sair da Argélia levando os reféns estrangeiros" para usá-los como moeda de "chantagem".

A operação do Exército argelino teve início na tarde desta quinta-feira e, a princípio, obteve a libertação de 600 reféns argelinos e quatro estrangeiros.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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