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África

Após falhas e mortes, Nigéria estende eleições para domingo

Problemas no sistema de identificação impedem que milhares de eleitores confirmem o voto nas urnas

28 mar 2015 - 19h48
(atualizado às 21h37)
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Nigeriana vota em uma seção eleitoral em Yola, Nigéria, em 28 de março
Nigeriana vota em uma seção eleitoral em Yola, Nigéria, em 28 de março
Foto: Sunday Alamba / AP

As eleições gerais na Nigéria foram estendidas para este domingo (29) após uma série de problemas registrados em locais de votação de diversas partes do país – incluindo Lagos, a maior cidade nigeriana. Neste sábado, máquinas não conseguiam ler os cartões biométricos dos eleitores, segundo explicou a Comissão Independente Nacional Eleitoral.

Em outras áreas, porém, as eleições ocorreram normalmente e a contagem de votos já começou. No entanto, com o atraso, os resultados não são esperados antes da segunda-feira.

O problema técnico atingiu cerca de 300 locais de votação, dos 150 mil espalhados pelo país, segundo disse uma porta-voz do comitê eleitoral, Kayode Idowu, à agência de notícias AFP.

Atentados matam pelo menos 58 pessoas na Nigéria:

Os locais de votação abriram suas portas às 8h (horário local) deste sábado para a população escolher o próximo presidente da Nigéria e o novo Parlamento. Quase 70 milhões de cidadãos aptos para votar foram convocados às urnas na maior nação africana, abalada há anos pela violência do grupo radical islâmico Boko Haram. Neste sábado, pelo menos 39 pessoas morreram em ataques dos terroristas a eleitores no nordeste do país.

A disputa entre o atual presidente, o cristão Goodluck Jonathan, e o líder da oposição, o muçulmano Muhammadu Buhari, deve ser acirrada. Buhari, de 72 anos, é um ex-ditador militar apoiado por uma ampla aliança de oposição. Analistas acreditam que ele tem boas chances de vitória. Caso o atual chefe de governo, de 57 anos, realmente seja derrotado, este será o primeiro sucesso eleitoral da oposição desde o retorno da democracia à Nigéria, em 1999.

Para se tornar vencedor, o candidato tem que obter, além da maioria absoluta dos votos, pelo menos 25% dos votos em dois terços dos 36 estados do país. Se nenhum deles obtiver a maioria necessária, um segundo turno deve ser realizado em duas semanas.

Dezenas de mortos

O pleito ocorreu sob esquema de segurança reforçado, com 360 mil policiais nas ruas, devido a temores de ataques terroristas do Boko Haram. A forte presença da polícia também pretendeu prevenir conflitos entre militantes políticos. Na eleição anterior, em 2011, cerca de mil pessoas foram mortas em confrontos.

Novos ataques matam 35 na Nigéria:

Pelo menos 39 pessoas foram mortas em ataques neste sábado na pequena cidade de Buratai, nordeste do país, afirmou o governador Kashim Shettima. Cinco pessoas ficaram feridas

O presidente Goodluck Jonathan apelou na sexta-feira para que os nigerianos abram mão de qualquer tipo de violência devido às eleições presidenciais e parlamentares. "Nenhuma ambição política pode justificar a violência ou o derramamento do sangue de nosso povo", disse, em discurso televisionado. Ele garantiu que as forças de segurança estão bem preparadas e não vão tolerar violência. "Eleições não devem ser confundidas com a guerra", acrescentou.

O pleito estava programado originalmente para 14 de fevereiro, mas foi adiado por causa da precária situação de segurança, principalmente no nordeste da Nigéria. Nesta votação presidencial, concorrem 14 candidatos. Entretanto, somente os dois principais nomes da disputa têm chances reais de vitória.

Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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