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África

Hospitalização não impedirá homenagens no aniversário de Mandela

16 jul 2013 - 10h49
(atualizado às 11h07)
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Pouco antes da final da Copa do Mundo de 2010, realizada na África do Sul, Mandela percorreu o gramado do Soccer City em um carrinho de golfe acenando e sorrindo para o público
Pouco antes da final da Copa do Mundo de 2010, realizada na África do Sul, Mandela percorreu o gramado do Soccer City em um carrinho de golfe acenando e sorrindo para o público
Foto: Reuters

Muitas ações simbólicas ou de caridade irão ocorrer na quinta-feira para celebrar os 95 anos do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, que permanece hospitalizado, em Pretória, em estado crítico há cerca de um mês e meio.

O dia 18 de julho foi declarado "Mandela Day" em 2010 pela ONU, que convocou os cidadãos do mundo inteiro a fazer uma boa ação em sua homenagem e a consagrar simbolicamente 67 minutos de seu tempo em memória dos 67 anos de militância política do prêmio Nobel da Paz.

Declarações otimistas, feitas em especial pelo ex-presidente Thano Mbeki, levaram a crer em uma saída iminente do hospital, mas a presidência sul-africana afirmou nesta terça-feira à AFP que não havia mudanças desde seu último boletim, prudentemente encorajador.

E Mandela, que respira por aparelhos, permanece assim "em um estado crítico, mas estável" desde 27 de junho, se comunicando apenas com o olhar com as pessoas que o visitam, especialmente sua família.

"Reage bem ao tratamento", insistiu nesta terça-feira o porta-voz da presidência, Mac Maharaj.

Hospitalizado em uma clínica particular da capital sul-africana, o herói da luta anti-apartheid sofre de uma infecção pulmonar, sequela dos 27 longos anos que passou na prisão sob o regime racista da minoria nacionalista branca, que ele combateu e depois contribuiu para derrubar sem espírito de vingança.

O que as Nações Unidas convocaram a celebrar, por ocasião de seu aniversário, é esta obra de reconciliação e perdão, para além do trauma e dos sofrimentos suportados pela maioria negra.

Nascido em 18 de julho de 1918 em um povoado do interior da África do Sul, no Cabo Oriental, de um pai que era chefe tribal, Nelson Mandela completará na quinta-feira 95 anos, uma idade que ninguém pensou que alcançaria, diante da degradação de seu estado de saúde.

Na quinta-feira, o momento mais emocionante será marcado, como nos anos anteriores, pelo coro de milhares de estudantes sul-africanos, que cantarão "Harry Birthday" para o ex-líder exatamente às 8h locais (3h de Brasília).

"É a nossa maneira de dizer obrigado", disse a ministra da Educação, Angie Motshekga.

As iniciativas de caridade em seu nome também florescerão: pintar as paredes de uma escola, doar roupa a necessitados, limpar túmulos de veteranos da luta anti-apartheid e uma conferência-debate com uma coleta beneficente.

Várias celebridades mundiais também prometeram se somar aos festejos. O magnata britânico Richard Branson prometeu também "consagrar 67 minutos para fazer com que o mundo seja melhor, passo a passo". Para isso oferecerá uma sessão de conselhos profissionais a jovens empresários.

Cerca de vinte cidades dos Estados Unidos programaram diversos atos. No sábado haverá um grande show de música africana em Melbourne (Austrália). Na Noruega é esperado um festival de música dedicado a Mandela e à igualdade nas escolas.

As autoridades sul-africanas, com o presidente Jacob Zuma na liderança, também previram uma grande quantidade de atos oficiais, como a inauguração de várias escolas e de uma ponte.

Apesar da hospitalização do ex-chefe de Estado, a África do Sul insistiu em inaugurar no dia 18 de junlo a Sexta Cúpula União Europeia-África do Sul, que corre o risco de ser ofuscada.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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