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África

Obama condena violência e diz que Egito está em um "caminho perigoso"

O líder americano defendeu o direito de protesto da população e disse que as autoridades egípcias precisam retirar o estado de emergência

15 ago 2013 - 11h39
(atualizado às 12h32)
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Obama durante o seu pronunciamento na ilha de Martha's Vineyard, em Massachusetts
Obama durante o seu pronunciamento na ilha de Martha's Vineyard, em Massachusetts
Foto: AP

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, condenou fortemente a violência registrada no Egito ontem e afirmou que o país africano está tomando um "caminho perigoso". Em um pronunciamento transmitido direto de Martha's Vineyard, onde passa férias, o líder americano disse que o povo egípcio merece o melhor, mas que o trabalho rumo à paz e à estabilidade é responsabilidade interna. Obama também anunciou o cancelamento do exercício militar anual realizado em conjunto com as forças armadas egípcias, mas manterá o repasse anual de cerca de US$ 1,3 bilhão aos militares.

"O povo egípcio merece algo melhor do que o que vimos nos últimos dias. O ciclo de violência deve parar", afirmou o presidente durante o discurso de emergência no Estado de Massachusetts. "Apenas dois anos atrás, o desejo de mudança dos egípcios inspirou os EUA. Na época, afirmamos que as mudanças não viriam rapidamente ou facilmente. Mas nós estamos alinhados em uma série de princípios: não-violência, respeito pelos direitos universais e um processo por reformas políticas e econômicas", disse. "Nós acreditamos que nações são mais estáveis e têm mais sucesso quando são guiadas por esses princípios. Este é o motivo de estarmos preocupados com os recentes acontecimentos no Egito", acrescentou.

Obama condenou as ações do governo interino e das forças militares, mas disse que os Estados Unidos não podem "determinar o futuro do Egito". "Não vamos tomar partido por nenhum partido ou figura política. Este tipo de relação não ajudara o povo egípcio", disse, para em seguida criticar as "prisões arbitrárias" realizadas pelas forças militares do governo interino. Obama também defendeu o direito da população protestar e pediu que as autoridades retirem o estado de emergência e o toque de recolher imposto ontem depois dos confrontos.

O pronunciamento do presidente americano foi uma resposta de emergência do governo americano ao massacre ocorrido ontem no país africano. Segundo números oficiais, mais de 500 pessoas morreram e mais de 3 mil ficaram feridas durante uma operação de desmantelamento de dois acampamentos montados por apoiadores do ex-presidente Mohamed Mursi, deposto pelos militares no início em julho após dias de manifestações contrárias à sua gestão. A Irmandande Muçulmana, grupo de Mursi, afirma que o número de vítimas pode passar de 4 mil.

infográfico massacre egito
infográfico massacre egito
Foto: AFP

Fonte: Terra
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