45 anos após 1º voo, Concorde é mais uma vítima do 11/09
Desde a derrocada da aeronave anglo-francesa, nenhum outro modelo que superasse as capacidades foi construído
Fruto de um projeto firmado entre os governos francês e britânico, o avião supersônico Concorde fazia, há 45 anos, seu primeiro voo. O avião anglo-francês decolou de Toulouse, na França, e ficou no ar por 27 minutos antes de o piloto tomar a decisão de pousar.
Na década de 1970, o Concorde começou uma série de voos de demonstração que faziam parte de uma turnê mundial. Recordes aeronáuticos foram atingidos e até hoje não foram superados.
Em 21 de janeiro de 1976, o Concorde deu início aos voos comerciais, ligando Paris ao Rio de Janeiro, com uma escala em Dakar, e, por cerca de 24 anos a aeronave atendeu às cidades de Nova Iorque, Washington, Miami, Bridgetown, Caracas, Cidade do México, Rio de Janeiro, entre outros.
Uma passagem para voar no Concorde custava mais de US$ 9 mil dólares, mas quem estivesse à bordo poderia cruzar o Atlântico em apenas 3 horas e 30 minutos. A aeronave alcançava a velocidade de 2000km/h durante o voo.
O início do fim e o 11/09
Tudo ia muito bem até 25 de julho de 2000, quando um grave acidente deu início à sua derrocada. Até 2000, o Concorde dava lucros às empresas operadoras, mas depois dos ataques terroristas às Torres Gêmeas, em 11 de setembro de 2001, a procura por voos intercontinentais diminuiu e os voos do Concorde se tornaram enconomicamente inviáveis. A pouca rentabilidade somada ao alto custo de manutenção, à alta emissão de poluição e ruído da aeronave culminaram com o fim das operações da aeronave.
Sem concorrentes
Desde que as viagens do Concorde foram encerradas, nenhum outro avião supersônico foi criado. O Boeing 2707, por exemplo, foi o primeiro avião supersônico a ser desenvolvido pelos Estados Unidos, mas, por causa dos altos custos, problemas de engenharia e, principalmente, devido ao mercado indefinido, o projeto foi cancelado ainda em 1971.
O extinto grupo europeu EADS lançou seu modelo de avião supersônico, em junho de 2011 durante evento no Salão Aeronáutico de Le Bourget, na França. Sem emitir dióxido de carbono, e capaz de voar de Londres à Tóquio em menos de 3 horas, o Zehst prometia superar o Concorde. Seu modelo seria desenvolvido até 2020 e comercializado após 2040, mas a grande quantidade de combustível que ele poderia consumir - o avião seria movido a biocombustível feito à base de algas e mais tarde por hidrogênio - poderia ser um empecilho.
O MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts, EUA) também tem um projeto que, se der certo, deverá entrar para a história da aviação mundial. O Instituto tem investido em um modelo de avião supersônico que apresenta não duas, mas quatro asas.
De Nova York a Londres em menos de 4 horas
A revista Wired anunciou que os Estados Unidos deverá lançar em dezembro de 2018 um jato executivo que promete reduzir à metade o tempo gasto em voos continentais de longa distância. Com custo de US$ 80 milhões (cerca de R$ 185 milhões), o Aerospace S -512, da marca Spike, deverá ser construído em Boston, e a equipe conta com componentes de grandes marcas de aviação como Airbus, Bombardier e Gulfstream.
Veja como será o primeiro jato supersônico particular:
O objetivo da equipe é criar uma nova geração de aeronaves executivas que pode atingir uma velocidade mínima de 1,9 mil km/h e máxima de 2,2 mil km/h. Nessas velocidades, o S-512 teoricamente seria capaz de voar de Nova York a Londres em menos de quatro horas e com o luxo que os 18 passageiros capazes de pagar por esse tipo de serviço estão acostumados.
A Aerion anunciou em 2009 planos para criar a sua própria aeronave com 12 assentos pelo mesmo custo de US$ 80 milhões e previsão de decolagem em 2015.
A verdade é que universidades e cientistas ao redor do mundo tentam até hoje projetar uma aeronave que gaste menos combustível, seja menos poluente e que, principalmente, seja capaz de superar os feitos do Concorde.