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Lula critica ação dos EUA como 'tutores' da paz no Oriente Médio

Presidente diz que participação de outros países ajudaria a 'distensionar' processo de paz.

20 dez 2010 - 19h02
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Lula criticou a atual formação do Conselho de Segurança da ONU

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira que não haverá paz no Oriente Médio enquanto os Estados Unidos forem o "tutor" da negociação entre Israel e Palestina.

Durante um evento promovido pelas Forças Armadas, em Brasília, Lula voltou a defender a participação de "outros países" no processo de paz daquela região.

"É preciso envolver outros agentes, outros países, para poder negociar a paz no Oriente Médio. Estou convencido de que não haverá paz enquanto os Estados Unidos forem o tutor dessa paz", disse o presidente.

De acordo com Lula, a participação de novos agentes no processo de discussão sobre a paz, dentre eles Brasil, Síria e Irã, ajudaria a "distensionar" a mesa de negociação

Conselho de Segurança

Em um discurso com foco em sua política externa, Lula também criticou a atual formação Conselho de Segurança da ONU, um dos principais alvos de sua diplomacia.

Mas segundo o presidente, o objetivo da reforma não é apenas abrir espaço para o Brasil, mas também para permitir que outras potências entrem para o grupo.

"Quando nós defendemos a reforma no Conselho de Segurança, não é apenas porque o Brasil tem o direito de participar. É porque nós achamos que a China, os Estados Unidos, a Inglaterra, já não representam mais a geopolítica do século 21", disse.

"Queremos mudar para que entre o Brasil, a África, a Índia, a Alemanha, o Japão", acrescentou Lula, citando exemplos de países também interessados na reforma.

Irã

O presidente Lula também respondeu a críticas sobre a tentativa brasileira de intermediar, ao lado da Turquia, um acordo nuclear com o Irã.

Lula voltou a lembrar que recebeu uma carta do governo americano dez dias antes de sua viagem a Teerã, em maio, com as "condições" para um acordo com o Irã - e que estas teriam sido cumpridas.

A tentativa de acordo, no entanto, acabou sendo ignorada pelo Conselho de Segurança da ONU, que aprovou uma nova rodada de sanções econômicas ao Irã.

"A única explicação (para as sanções) é de que era preciso punir o Irã porque o Brasil e a Turquia tinham se metido em seara de país desenvolvido", disse o presidente.

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