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Lesão na medula faz publicitário criar surfe adaptado

16 jun 2014 - 08h01
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Em 1997, o profissional de marketing Henrique Cardoso Saraiva, 34 anos, teve a sua vida alterada por conta de um assalto, no bairro da Lagoa, Rio de Janeiro. Com a mobilidade nas pernas reduzida decorrente de uma lesão medular, foi obrigado a mudar sua rotina e superar novos desafios. Mas como fazer isso, sem deixar de lado o contato com o esporte e a natureza? Se adaptando. Com a ajuda do surfista profissional Marcos “Sifu” Menezes, Saraiva “atirou-se ao mar” apenas três anos depois. E, por sete anos, adaptou-se ao surfe.

“Decidi surfar por ser um esporte praticado na água, onde minhas limitações são reduzidas, além de estar ligado à natureza e eu poder estar junto aos meus amigos. O surfe me deu muita disposição e alegrias”, explica.

Em 2007, já “surfista adaptado”, Saraiva decidiu dar esta mesma oportunidade a pessoas em situação parecida, idealizando a ONG Adaptsurf – Associação Adaptação e Surf, junto com a professora de Educação Física Luana Nobre, 30 anos, e o fisioterapeuta Luiz Phelipe Nobre, 36 anos, e mais uma dezena de apoiadores.

De lá para cá, foram mais de 3 mil aulas de surfe adaptado e muitas batalhas por praias mais acessíveis. A cada final de semana, ao menos 50 alunos aprendem gratuitamente o surfe adaptado nas praias da Barra da Tijuca e do Leblon, no Rio. São crianças, jovens, adultos das mais diversas classes sociais, com uma ou múltiplas deficiências físicas e intelectuais.

Voluntariado

O Adaptsurf funciona com o apoio de 20 voluntários fixos da área da saúde e outros, aleatórios. E se foca em três aspectos: inclusão social, acessibilidade e educação ambiental. Através do esporte, o aluno melhora sua força, equilíbrio, flexibilidade e capacidade aeróbica, assim como autoestima e socialização.

“O surfe é um esporte muito completo, por ser democrático e praticado ao ar livre, num local público, o que acaba trazendo só benefícios ao praticante. É muito inclusivo porque consegue, em um mesmo lugar, inserir pessoas com diferentes tipos de deficiência e fazê-las interagir com pessoas sem quaisquer deficiências”, enfatiza Luiz Phelipe Nobre, diretor da ONG. “A maior recompensa que podemos ter é o desenvolvimento de cada aluno, que no início se encontra triste, sem esperança, e ao final do dia, com muitas ondas, volta para casa forte, feliz e satisfeito.”

Fonte: Dialoog Comunicação
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