Rio de Janeiro

Na gangorra de Cabral

Cirilo Junior

Depois de duas eleições consecutivas amplamente dominadas pelo PMDB, a próxima disputa ao governo do Rio de Janeiro promete ser muito mais acirrada. Com a vertiginosa queda de popularidade do governador Sérgio Cabral (PMDB), o quadro eleitoral fluminense aparece sem um favorito claro, faltando um ano das eleições.

Despontam nomes como o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e o deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ), que já governou o Estado. Candidato de Cabral, o vice-governador Luiz Fernando Pezão deverá assumir o governo estadual no início de 2014, com a já anunciada renúncia do atual governador. Com isso, tentará alavancar seu nome, ainda pouco conhecido do grande público.

Nos bastidores, é intenso o tiroteio entre PMDB e PT. Cabral tenta minar a candidatura de Lindbergh, ameaçando até mesmo retirar o apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff no campo nacional. O PT garante que irá até o fim com Lindbergh e já prepara a saída do governo Cabral, entregando os cargos que ocupa no final do ano.

A já anunciada renúncia de Cabral poderá ser determinante para Pezão. Ao assumir o governo, ele estará na linha de frente das ações do Estado. Por um lado, isso poderá lhe render frutos, já que Pezão não é uma figura amplamente conhecida por uma significativa parcela da população. Como governador, Pezão terá uma série de inaugurações de obras para fazer, expor sua imagem e amplificar sua popularidade. Ao mesmo tempo, ele será alvo dos opositores e, principalmente, dos manifestantes que mantêm protestos contra o governo.

RAIO-X - Rio de Janeiro

Número de eleitores: 11.893.309
Governador atual: Sérgio Cabral (PMDB), já foi reeleito
Deputados federais: 46
Deputados estaduais: 70

Possíveis candidatos

Anthony Garotinho (PR) - Ex-governador de 1999 a 2002, e que acabou elegendo sua mulher para os quatro anos seguintes, é o nome que surge na ponta nas pesquisas. Principal opositor de Cabral, Garotinho, no entanto, tem uma rejeição grande, que poderá inviabilizar o fortalecimento de sua candidatura.

Lindbergh Farias (PT) - O senador vem ancorado pelo aval da direção do PT e do ex-presidente Lula, que já declarou apoio a Lindbergh. Foi deputado federal e ex-prefeito de Novo Iguaçu. Em 2010, teve expressiva votação para o Senado.

Luiz Fernando Pezão (PMDB)- atual vice-governador do Rio, é o pré-candidato da situação. Tem o apoio direto do governador Sérgio Cabral, e tem a simpatia da presidente Dilma Rousseff. Ex-prefeito de Piraí, é mais conhecido no interior do que na região metropolitana. Com Cabral em baixa, terá dificuldades ao herdar o legado do governo.

Marcelo Crivella (PRB)- O atual ministro da secretaria especial da Pesca já disputou três eleições a cargos majoritários no Rio, e falhou em todas as tentativas. Senador reeleito em 2010, não vinha demonstrando intenção em se candidatar. Com a queda na popularidade de Cabral e um cenário de muita indefinição, voltou a se colocar como nome do partido à disputa.

Miro Teixeira (PROS) - O deputado federal não teve espaço no PDT e se filou ao Pros, aumentando a chance de concorrer ao Palácio Guanabara.