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Mundo

Especialista da OMS defende vacina contra gripe suína

2 set 2009 - 10h30
(atualizado às 10h56)
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As vacinas contra o vírus H1N1 devem oferecer uma proteção abrangente contra a gripe pandêmica mesmo que o vírus sofra mutações, disse uma especialista da Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quarta-feira.

Marie-Paule Kieny, diretora do programa de pesquisa de vacinas da entidade, afirmou que os profissionais da saúde devem ser os primeiros a serem imunizados depois que a vacina começar a ser distribuída, talvez já neste mês.

"O consenso é de que as primeiras doses serão disponibilizadas aos governos para uso em setembro," disse ela. O Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos EUA disse na semana passada que dificilmente as vacinas estarão disponíveis antes de outubro.

Cerca de 30 protótipos de vacinas estão sendo desenvolvidos às pressas para combater a dita "gripe suína," que surgiu em abril no México e EUA e desde então se espalhou para o mundo todo. A OMS declarou em junho que o mundo vive uma situação de pandemia.

"Nenhum país terá uma vacina para todos a partir do primeiro dia que estiver disponível para o uso," disse Kieny ao Boletim da OMS, uma publicação da ONU.

O setor farmacêutico usará preços escalonados para a aquisição das vacinas ¿uma base de 10 a 20 dólares por dose para os países ricos; metade do valor para países de renda média; e um quarto do valor-base para os países mais pobres, segundo Kieny.

"Essas são cifras muito por cima, mas são dessa ordem de magnitude," disse ela.

Os laboratórios que desenvolvem a vacina contra o vírus H1N1 incluem MedImmune, CSL, GlaxoSmithKline, Novartis e Sanofi-Aventis. Outros laboratórios que fabricam vacinas para a gripe incluem Baxter e Solvay.

Kieny disse que "uma avaliação clínica completa" das vacinas H1N1 não será necessária, apenas testes para saber se a indicação seria para uma ou duas doses da vacina, se algumas pessoas correriam risco ao tomar a injeção e se ela pode ser administrada em conjunto com outras vacinas.

Pesquisas com vacinas desenvolvidas para o combate à gripe aviária H5N1, que é mais fatal do que a variedade pandêmica embora menos contagiosa entre humanos, ajudaram os laboratórios a desenvolverem rapidamente versões contra o H1N1, disse a especialista.

"Com base no amplo conhecimento disponível a respeito das vacinas sazonais e dos resultados obtidos por meio da avaliação das vacinas contra a gripe aviária H5N1, não há dúvida de que será possível fazer vacinas eficazes contra o H1N1 pandêmico," disse ela.

Especialistas dos EUA disseram nesta semana que dificilmente o H1N1 vai se misturar a outros vírus comuns, o que poderia criar uma "supergripe." Kieny afirmou que a nova cepa teria de sofrer mutações muito significativas para que as novas vacinas deixassem de funcionar.

"Embora o vírus possa ter mutações, esperamos que haja suficiente proteção cruzada por meio do reconhecimento do novo vírus. Mas se o vírus mudar demais, vamos precisar de novas vacinas," disse ela ao Boletim da OMS.

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