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Temporão: não se sabe se fim do inverno enfraquecerá pandemia

11 ago 2009 - 11h17
(atualizado às 12h57)
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O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, participa nesta terça-feira de audiência conjunta na Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos sobre as ações do governo em relação à pandemia da nova gripe H1N1. Segundo ele, não se sabe ainda se, com o fim do inverno, a pandemia irá perder força e se o vírus sofrerá algum tipo de mutação.

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O ministro falou da "complexidade" do momento vivido no Brasil e no mundo e detalhou como o Ministério da Saúde vem se comportando desde o primeiro alerta emitido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre o problema.

Ele fez uma análise nas mortes já registradas no País e lembrou que, apesar de boa parte dos óbitos registrada terem sido de mulheres gestantes, muitas delas que receberam o diagnostico da nova gripe foram tratadas e superaram a doença.

Temporão falou das dificuldades em se conter a nova doença e ressaltou que o aumento da demanda por atendimento médico é "brutal" principalmente em Estados das regiões Sul e Sudeste, onde foram registrados mais casos da doença.

Mesmo assim, o ministro afirmou que o momento não é de alarmismo e sim de autoridades da saúde estadual e municipal se unirem para lutar contra a doença. "Defendo uma conduta focada fortemente na educação, na informação de qualidade, na orientação. O País não ganha em nada se criando um clima de pânico, de descontrole, até porque não é verdade. É evidente que os serviços estão pressionados, nestes Estados principalmente. (...) Mas estão dando conta e atendendo a todos que precisam", disse.

Mortes confirmadas

De acordo com Temporão, o número de mortos por causa da nova gripe no Brasil chega a 192, segundo registro atualizado no último domingo. O ministro ressaltou, no entanto, que em 43% das mortes registradas, se tratavam de casos em que o paciente apresentava pelo menos um fator de risco. A maioria das mortes aconteceu em São Paulo (40%), seguida por Rio Grande do Sul (23%) e Paraná (22%). Santa Catarina, segundo ele, também começa a demandar atenção especial.

O ministro comentou ainda o número de casos entre gestantes. "Do total de óbitos registrado no Brasil, 28 são de gestantes. É bom prestar atenção que muitas gestantes receberam alta, foram curadas sem complicações". Ainda de acordo com Temporão, "30% das gestantes que morreram tinham pelo menos um fator complicador, como tensão arterial, que se somaram e contribuíram para óbito". Ele complementou afirmando que as grávidas sempre estiveram no fator de risco. "O Ministério da Saúde sempre recomendou atenção especial às grávidas."

Mortalidade

O ministro ressaltou ainda que a taxa mortalidade pela doença no Brasil pode ser considerada menor do que em países como Estados Unidos e Chile. Temporão explica que o cálculo deve ser feito se levando em conta o número de óbitos para cada 100 mil habitantes. Com isso, segundo ele, a taxa brasileira fica em 0,09%,contra 0,61% do Chile e 0,14% dos EUA.

Temporão ressaltou que, até o momento, o Ministério entregou mais de 392 mil tratamentos completos para a Influenza A (H1N1) aos Estados. Na visão dele, a medicação "atende com folga a demanda". Segundo o ministro, toda a produção disponível no laboratório é adquirida pelo Ministério e disponibilizada para tratamento gratuito de qualquer pessoa que precise.

Ele voltou a ressaltar que, no Brasil, o medicamento para a nova gripe não será disponibilizado em farmácias, seguindo orientação da OMS. O ministro lembrou que no Brasil a automedicação e a falta de controle são problemas que não podem ser ignorados. "Sabemos que aqui a automedicação, a compra de medicamentos sem receita é rotina. Infelizmente esse cenário cria problemas adicionais", disse.

Fonte: Redação Terra
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