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Gripe será conhecida por casos mais graves, diz especialista

22 jul 2009 - 09h17
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O médico infectologista David Uip, diretor do Instituto Emílio Ribas e um dos maiores especialistas em gripe suína do País, afirma que o surto de gripe suína ficará conhecido no futuro por seus casos mais graves. Segundo ele, como não necessitam de atendimento hospitalar, os casos de menor gravidade não são sequer contados. "Esta epidemia ficará conhecida apenas por seus casos mais graves", disse.

Levantamento do Ministério da Saúde mostra pequena incidência da gripe na população idosa
Levantamento do Ministério da Saúde mostra pequena incidência da gripe na população idosa
Foto: Ministério da Saúde / Divulgação

» Veja os casos por faixa etária

Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, cerca de 50% dos pacientes infectados com a gripe suína no País são jovens de menos de 25 anos. A pasta informou que a faixa etária mais atingida está na população entre 20 e 49 anos, com cerca de 60% dos casos. Apenas 1% dos casos vitima a faixa etária de 65 anos ou mais.

Pesquisadora do grupo de influenza da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a médica infectologista Nancy Bellei acredita que a explicação para que idosos tenham uma maior imunidade natural contra a nova gripe pode estar no contato com uma mutação do vírus H1N1 remanescente da gripe espanhola que circulou pelo planeta nos anos 20.

Nancy acredita que estas pessoas podem ter desenvolvido melhor os anticorpos contra a doença. Esta convivência com o vírus, semelhante ao da gripe suína, daria condições melhores de resposta destes pacientes contra a atual variação. Esta teoria, segundo ela publicada em um estudo no final dos anos 90, tem o nome de hipótese do "pecado original".

"O contato destas pessoas com o H1N1 que circulava na época faz com que estes pacientes tenham alguns componentes que dão condições ao organismo de darem uma boa resposta", diz a médica.

A médica lembra que esta esta possibilidade, no entanto, não exime os idosos de risco e não deve servir como justificativa para que avós cuidem de netos infectados com a nova gripe, segundo ela.

A hipótese não corroborada por Uip. Segundo o diretor do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, a suposta defesa imunológica não teria "comprovação estatística". "Eu acredito que o maior número de casos entre jovens é explicada pelo fato de terem se exposto mais, porque viajam mais e trouxeram a gripe de fora", disse.

Colaborou Vagner Magalhães, de São Paulo

Fonte: Redação Terra
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