PUBLICIDADE

Gripe faz pedidos de Governos por antivirais multiplicarem

30 abr 2009 - 11h56
Compartilhar

Os pedidos governamentais do antiviral Tamiflu, utilizado no tratamento do vírus da gripe suína em humanos, multiplicaram desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou o alerta de iminente pandemia.

A farmacêutica suíça Roche, que tem sede em Basiléia, disse hoje que entregou pedidos de Tamiflu feitos por diferentes Governos para 220 milhões de tratamentos.

Estima-se que entre 85 e 90 países do mundo contem com reservas.

No entanto, a companhia evitou identificar os países a que forneceu remédio, assim como os que entraram em contato recentemente para estabelecer reservas próprias ou aumentá-las.

"É uma informação confidencial", disse um porta-voz da companhia à Agência Efe.

A Roche afirmou que conta com uma rede global com capacidade de produzir anualmente até US$ 400 milhões em fábricas de Estados Unidos e Europa.

A capacidade de produção do antiviral se elevou significativamente após a aparição da síndrome respiratória aguda (Sars) na Ásia em 2003, quando a capacidade de produção chegou a 55 milhões de tratamentos, frente a 5,5 milhões entre 1999 e 2002.

Quando três anos mais tarde surgiu a gripe aviária, a capacidade se multiplicou várias vezes devido à decisão de vários países de criar reservas dentro de seus territórios para enfrentar uma possível pandemia.

Essas situações de emergência revelaram a incapacidade dos países pobres de acumular grandes quantidades de remédios da marca por seu elevado preço.

A Roche, então, autorizou farmacêuticas de países em desenvolvimento a manufaturar a versão genérica do Tamiflu, conhecida geralmente como Oseltamivir ou Fluvir, um acordo que "ainda é válido", segundo confirmou a companhia à Efe.

Farmacêuticas na China e na Índia asseguraram que poderiam aumentar rapidamente sua produção de Oseltamivir caso a gripe suína ameace países em desenvolvimento.

No entanto, este não é o único antiviral eficaz contra a gripe suína, pois também existe o Zanamivir, comercializado sob o nome de Relenza pela farmacêutica Glaxo-Smith-Kline.

Acredita-se que o Relenza pode ser mais eficaz quando inalado, embora seja mais difícil de armazenar que as pastilhas de Tamiflu.

Mas nem o Oseltamivir nem o Zanamivir foram desenvolvidos por seus atuais produtores, que compraram os direitos dos inventores, a americana Gilead e a australiana Biota Holdings, respectivamente.

O vírus A/H1N1, responsável pelo atual surto de gripe suína, é de um novo tipo, diferente do da gripe estacional H1N1 e mostrou ser sensível ao antiviral Oseltamivir (Tamiflu).

O tratamento deve ser iniciado nas primeiras 48 horas da aparição dos sintomas, pois o mais rápido possível que comece, melhores serão os resultados.

O processo de produção de Tamiflu é complexo e pode requerer até oito meses desde a obtenção das matérias-primas até o produto final.

EFE   
Compartilhar
TAGS
Publicidade