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Governos e setor privado devem atuar juntos pela Amazônia, diz especialista

26 mar 2010 - 15h54
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Os Governos e o setor privado devem trabalhar juntos para preservar a Amazônia e minimizar o impacto da mudança climática, advertiu hoje o cientista americano Thomas Lovejoy, um dos principais pesquisadores sobre a maior floresta tropical do mundo.

"A colaboração entre o Governo e o setor privado será determinante para a Amazônia", assegurou Lovejoy na abertura do Fórum Internacional para a Sustentabilidade, que começou hoje em Manaus.

Lovejoy elogiou o projeto da reserva de Juma, administrada pelo Governo do Amazonas, que se dedica ao reflorestamento da região a partir de créditos pagos por empresas que emitem dióxido de carbono.

O cientista, que dirige o Centro Heinz para a Ciência, fundação que promove e divulga políticas ambientais, considerou que Manaus é "um exemplo" de como manter indústrias no meio da floresta sem prejudicar a natureza.

"A qualidade de vida das cidades próximas à floresta também é básica para a sustentabilidade", declarou Lovejoy. Segundo ele, todas as comunidades que fazem parte do entorno devem ser beneficiárias.

A aplicação de tecnologias tão simples como painéis solares e sistemas de saneamento ajudam a integrar a floresta e seus recursos naturais com as vantagens da tecnologia moderna, explicou.

No entanto, o pesquisador criticou a construção de estradas e de redes elétricas no território amazônico, especialmente as três estradas interoceânicas que atravessam a floresta e chegam até o Oceano Atlântico.

"A pergunta vai surgir mais cedo ou mais tarde: como pode o Brasil, com sua política ecológica, defender esse tipo de projeto?", perguntou.

Além do desmatamento, que já afeta 20% da superfície verde, a mudança climática também começou a afetar o Amazonas e sua diversidade biológica, tanto espécies animais como vegetais.

Em 2005, a floresta que já foi considerada "o pulmão do planeta" sofreu a maior seca de toda sua história, além de registrar um aumento periódico das temperaturas. "A mensagem é inequívoca", concluiu.

Como solução, Lovejoy propôs a criação de uma "margem de segurança" a partir do reflorestamento da floresta, lembrando que as grandes áreas verdes têm "um papel muito importante" para salvar o planeta.

O Fórum Internacional para a Sustentabilidade da Amazônia reunirá hoje e amanhã em Manaus líderes mundiais como o ex-presidente americano Al Gore, cineastas como James Cameron e empresários e representantes do Governo brasileiro.

EFE   
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