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Futuro da pesca do atum vermelho será debatido no Brasil

8 nov 2009 - 15h54
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A Comissão Internacional para a Conservação de Atuns do Atlântico (CICAA) debaterá a partir de segunda-feira como salvar a espécie e ao mesmo tempo impedir o "desastre" que segundo os pescadores provocaria a proibição da captura no Brasil.

Representantes dos 50 países-membros da CICAA participarão da reunião que se estende até sexta-feira em Porto de Galinhas, no litoral de Pernambuco, para discutir as possíveis restrições e até um veto à pesca do atum vermelho, medida que refutam as empresas pesqueiras da União Europeia (UE) e a maioria dos membros do organismo.

Segundo o Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês), o atum vermelho pode "desaparecer totalmente" em 2012 se for mantido o ritmo de pesca, que no mundo é estimado em 1,3 milhões de toneladas por ano, das quais quase 50% no Japão, que não é membro da CICAA.

As discussões na reunião serão centradas na pesca em águas do Atlântico e do Mediterrâneo, nas quais os ecologistas estimam que sejam capturadas 50 mil toneladas por ano, acima das 22 mil toneladas autorizadas pelo organismo.

Da cota, a UE conta com 12,409 mil toneladas, das quais 4,116 mil toneladas só à Espanha, o maior consumidor da espécie no bloco comunitário.

Pelo fato da indústria atuneira ser uma das mais importantes na Europa, as decisões adotadas no Brasil serão chaves no futuro imediato.

A proposta mais polêmica é impulsionada pelo Principado de Mônaco, conta com apoio de organizações ambientalistas e incluiu o atum vermelho no Anexo I da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Silvestres (CITES).

Na prática, essa medida, que também tem respaldo da França, Reino Unido, Holanda e Alemanha, proibiria o comércio do atum vermelho por um período indeterminado.

A Comissão Europeia (CE), que representará à UE na reunião, se mostrou disposta a aceitar que a cota de capturas se reduza das atuais 22 mil toneladas para 15 mil toneladas em 2010.

A entidade declarou que a proposta de suposto veto à pesca do atum vermelho vai depender de relatórios científicos que serão apresentados durante a reunião.

Segundo dados do Ministério de Pesca do Brasil, somente a captura do atum vermelho no Oceano Atlântico movimenta um negócio de US$ 4 bilhões por ano.

O Brasil, nos mais de 7,5 mil quilômetros de costa no Atlântico, captura por ano cerca de 34 mil toneladas de atum.

EFE   
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