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Freiras irlandesas destinam 128 mi de euros a vítimas de abusos

4 dez 2009 - 11h47
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As Irmãs da Misericórdia, uma das ordens religiosas católicas denunciadas em um relatório sobre abusos de menores na Irlanda divulgado em maio, destinará 128 milhões de euros para indenizar as vítimas, confirmaram hoje fontes da congregação.

O documento, conhecido como "Relatório Ryan", comoveu a Irlanda ao revelar que milhares de menores foram alvo de abusos sexuais e de torturas físicas e psicológicas em instituições estatais regidas por religiosos durante quase 70 anos.

As Irmãs da Misericórdia, que administravam o internato de Goldenbridge, em Dublin, distribuirão os 128 milhões de euros entre o Estado irlandês e diversas organizações de caridade.

A ordem doará 20 milhões de euros em dinheiro e diversos imóveis avaliados em 108 milhões de euro.

Nos últimos meses, as freiras já tinham entregado 31 milhões de euros a um fundo governamental e mais 1,4 milhão de euros a programas que oferecem ajuda psicológica às vítimas de abusos.

Segundo um comunicado da ordem, com a oferta econômica, as Irmãs tratam de "ser fiéis" aos valores de "reparação, reconciliação, cura e responsabilidade".

Diante da pressão social, as 18 ordens citadas no "Relatório Ryan" se viram obrigadas a renegociar com o Governo um pacto assinado em 2002 que lhes concedia imunidade econômica ao fixar o valor máximo de suas indenizações em 127 milhões de euros.

Essa quantidade cobre apenas uma pequena parte da fatura final, pois se sabe que o plano de indenizações chega a 1,3 bilhão de euros e que a maior parte deste dinheiro sairia dos cofres do Estado.

Na semana passada, os Irmãos Cristãos, a ordem mais denunciada no relatório Ryan, aumentaram sua contribuição anterior em 34 milhões de euros, até 161 milhões de euros, o que representa, segundo os religiosos, 67% do valor de seu patrimônio na Irlanda.

Outra comissão investigadora divulgou na quinta-feira passada suas conclusões sobre denúncias de abusos sexuais cometidos por sacerdotes católicos na arquidiocese de Dublin.

O relatório, de 700 páginas, revelou que a Igreja Católica irlandesa gozou de imunidade durante décadas para esconder, em conivência com o Estado, os abusos sexuais contra menores cometidos por padres dessa diocese, a mais importante do país.

EFE   
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