EUA pedem que Austrália e países asiáticos condenem lançamento de foguete norte-coreano
Segundo jornal australiano, vice-secretário de Estado americano pediu que Austrália, Indonésia e Filipinas condenem lançamento.
Uma autoridade dos Estados Unidos afirmou que o lançamento de um foguete da Coreia do Norte, em abril, poderá afetar uma área entre a Austrália, Indonésia e Filipinas, segundo o jornal australiano Sydney Morning Herald.
O vice-secretário de Estado americano, Kurt Campbell, teria pedido que os três países condenassem o lançamento.
A Coreia do Norte informou que o foguete será lançado e sua trajetória será diferente, em direção ao sul, uma mudança em relação à uma rota usada anteriormente pelos norte-coreanos, em direção a leste, sobre o Japão.
O governo da Coreia do Norte afirma que o objetivo do lançamento do foguete é colocar um satélite em órbita, mas os Estados Unidos e outros países afirmam que o lançamento servirá de fachada para o teste de um míssil de longo alcance, o que poderia significar que os norte-coreanos tem um sistema para lançamento de armas nucleares.
De acordo com o Sydney Morning Herald, Campbell conversou com o ministro do Exterior australiano, Bob Carr, na sexta-feira a respeito da trajetória do foguete.
"Se o teste de míssil ocorrer como a Coreia do Norte sugeriu, nosso julgamento é que vai ter impacto em uma área aproximadamente entre a Austrália, Indonésia e Filipinas", teria dito Campbell.
"Nunca vimos esta trajetória antes.(...) Pedimos a cada um destes países que deixem claro que este teste é uma provocação e o plano (da Coreia do Norte) deve ser interrompido."
Reunião
O lançamento do foguete norte-coreano, programado para ocorrer entre 12 e 16 de abril, deve dominar a pauta de uma reunião sobre segurança na segunda-feira em Seul, capital da Coreia do Norte, da qual o presidente americano, Barack Obama, deve participar.
A agência de notícias estatal da Coreia do Norte, KCNA, afirmou que foi escolhida uma órbita segura para o foguete.
"Uma órbita de voo segura foi escolhida para que os destroços do foguetes que devem se soltar durante o voo não tenham nenhum impacto nos países vizinhos", informou a agência.
A Coreia do Norte tem demonstrado um crescente progresso em sua tecnologia balística nos últimos três testes de foguetes.
No entanto, especialistas informaram que em nenhum teste os foguetes conseguiram alcançar a órbita e os destroços caíram na Terra.
E, segundo o analista da BBC para a região da Ásia Charles Scanlon, o governo norte-coreano está tentando diminuir o impacto político do plano de lançamento do foguete.
Um dos sinais desta tentativa é a escolha da rota em direção ao sul, ao invés da tradicional rota em direção ao leste, passando pelo Japão, vista como uma rota mais provocativa.