Tucanos são "elitistas" e desprezam Nordeste, diz Dilma
Presidente lembrou fala de Fernando Henrique Cardoso, que disse que PT cresce nos "grotões" com votos dos "menos informados"
Em discurso a professores nesta quarta-feira em São Paulo, a presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) lembrou declaração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que disse que o PT cresce com os votos dos “pobres” e “menos informados”, e aproveitou para chamar os tucanos de “elitistas”.
“Nós não podemos deixar que volte aquela política de concentração de renda, de desprezo por uma parte da nossa população. Recentemente esse desprezo se manifestou, e eu quero manifestar o meu repúdio à visão preconceituosa contra aqueles que votaram em nós, ao Nordeste”, afirmou Dilma, que disputa o segundo turno com o candidato Aécio Neves (PSDB).
“Elitistas a gente sabe que eles sempre foram, só não precisava exagerar”, continuou a presidente, que em nenhum momento citou o nome de Fernando Henrique.
As declarações de FHC foram dadas após o resultado do primeiro turno das eleições, que mostrou que Dilma venceu no Nordeste. “O PT está fincado nos menos informados, que coincide de ser os mais pobres. Não é porque são pobres que apoiam o PT, é porque são menos informados (...) Essa caminhada do PT dos centros urbanos para os grotões é um sinal preocupante”, disse FHC em entrevista ao portal UOL.
Após a repercussão da entrevista, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou comentário nas redes sociais lamentando o preconceito contra nordestinos. A manifestação causou reação de FHC, que negou que tenha se referido ao Nordeste e acusou o PT de fazer "demagogia". "O Lula mentiu. Eu não falei de Nordeste, nordestino, nada disso (...) Não é verdade, o povo não é bobo", disse FHC em vídeo para o WhatsApp.
No final de seu discurso aos professores, Dilma afirmou que os próximos dias serão de “combate e luta” e tomou para si uma fala de Aécio, que afirmou hoje que a campanha petista é baseada no “ódio” e na mentira. “Eu tenho certeza que daqui até o dia 26 vai ser uma permanente... eu não chamaria guerra, mas um permanente combate, uma permanente luta. Nós com a verdade, eles com a mentira; nós com a esperança, eles com o ódio. É isso que vai ser”, encerrou.
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