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Debate no Rio tem ataques a Pezão e Garotinho

Candidato Tarcísio Motta foi quem mais soube aproveitar a chance de se mostrar ao público, principalmente no seu tema, educação

20 ago 2014 - 08h19
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<p>Em primeiro debate entre candidatos ao governo do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho (PR) foi um dos principais alvos dos concorrentes</p>
Em primeiro debate entre candidatos ao governo do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho (PR) foi um dos principais alvos dos concorrentes
Foto: Daniel Ramalho / Terra

Durou cerca de 2h20 o primeiro debate dos candidatos ao governo do Rio na noite de terça-feira realizado pela Bandeirantes. Anthony Garotinho, do PR, Marcelo Crivella, do PRB, Luiz Fernando Pezão, do PMDB, Lindberg Farias, do PT, e Tarcisio Motta, do Psol, discutiram principalmente temas como segurança, transporte público, água para a Baixada Fluminense, respondendo perguntas de jornalistas, personalidades e principalmente de seguidores do Twitter. Garotinho e Pezão foram os mais atacados.

O ex-governador, irônico, conseguiu escapar das saias justas com mais ataques e respostas pela tangente. O atual governador pareceu acuado com as críticas e se mostrou inseguro em boa parte das respostas. Lindberg bateu forte na tecla de que foi um erro do PT apoiar Cabral, atacou Garotinho, mas estava mais preocupado em acertar a câmera e se mostrou tenso em boa parte do debate. Já Crivella foi o menos bélico e pareceu pisar em ovos o tempo todo, sem querer aprofundar as polêmicas. E Tarcísio Motta foi quem mais soube aproveitar a chance de se mostrar ao público, principalmente no seu tema, educação.

O primeiro bloco, o único onde os candidatos tiveram um embate mais direto, serviu para que Garotinho e Lindberg atacassem mais diretamente Pezão. Garotinho perguntou sobre desvios de verbas do atual governo para obras na região serrana e que estão sendo investigados pelo TCU. Pezão respondeu dizendo que Garotinho era “campeão em responder processos.” Depois Lindberg atacou Pezão usando o discurso de que não vai governar apenas para o Rio do “cartão postal” e Crivella lembrou que Pezão e Garotinho foram aliados no Governo de Rosinha Garotinho, onde Pezão foi secretário.

Aproveitando uma pergunta de Lindberg sobre reestruturação dos Cieps, Tarcisio Motta disse que para a educação funcionar não é preciso nada mirabolante, mas apenas dar condições de trabalho aos professores e equipar bem as escolas. Tarcisio atacou Garotinho dizendo que o projeto de seu governo, Nova Escola, tinha sido um fracasso.

No segundo bloco, começando com uma pergunta sobre desmilitarização da polícia, de um lado ficaram Lindberg e Tarcisio (a favor) e do outro Garotinho, Pezão e Crivella (contra). Em seguida, os candidatos responderam a perguntas de populares. Sobre a violência em São Gonçalo, Crivella sugeriu incorporar militares do exército à polícia carioca e a criação de batalhões de motos; sobre o problema de transporte pela Baía de Guanabara, Lindberg criticou a política de transportes do atual governo que concede barcas e a Ponte Rio Niterói ao mesmo concessionário;

Sobre a superlotação do Metrô, Tarcísio Motta defendeu a  reestruturação desse meio de transporte do Rio, que chamou de “gambiarra do Estado” ampliando a linha 2 até a praça XV, tornando a linha circular e tirando do papel a Linha 3 para atender a região de Niterói e São Gonçalo; Garotinho falou sobre concursos públicos e lamentou que, hoje, vários serviços fundamentais do Estado estão terceirizados; por fim Pezão respondeu rapidamente sobre crimes de discriminação e disse que nunca o Estado avançou tanto em leis e punição contra crimes de intolerância.

Ainda no terceiro bloco, os cinco candidatos responderam sobre os planos que cada um têm para o transporte alternativo. Pezão aproveitou para citar a parceria com a presidente Dilma para projetos de transporte e que as vans vão ser alimentadoras do transporte de massa. Lindberg foi na onde e citou o ex-presidente Lula, dizendo que é preciso ouvir o trabalhador, mas defendeu a regulamentação das vans.

Tarcisio Motta disse que é preciso sim legalizar, mas com transparência, para evitar a infiltração das milícias. Crivella lembrou de seu passado como taxista e disse que as grandes empresas de ônibus não podem tomar o lugar de quem ganha a vida na van. Para terminar, Garotinho criticou o governo Cabral/Pezão por terem cassado mais de 1.500 concessões de vans e disse se sentir alegre por ser o “pai do transporte alternativo” e ainda disse que a secretaria municipal de transportes é dominada pelos empresários de ônibus e que a secretaria estadual tinha até então no comando um secretário que não entendia de transportes.

No terceiro bloco, os candidatos responderam a perguntas de jornalistas. Pezão começou falando sobre os royalties do petróleo e exaltou que dos 21 centros de pesquisa que o País recebeu, 18 vieram para o Rio. Lindberg criticou a dependência aos bens finitos do petróleo e disse que é preciso investir em educação. Ele aproveitou para atacar Garotinho dizendo que a cidade de Campos dos Goytacazes, onde Garotinho já foi prefeito duas vezes e onde sua mulher é a atual administradora, é última no Ideb do Estado. Tarcísio Motta falou de investimentos culturais e disse que é preciso “territorializar” os orçamento da produção cultural.

Crivella disse que é preciso usar o orçamento para quem tem menos acesso. Na pergunta sobre despoluição da Baía de Guanabara, Garotinho gastou seu tempo defendo a mulher dos ataques de Lindberg e no fim disse que é preciso não só tratar o esgoto, mas cuidar dos rios. Pezão contra-atacou dizendo que garante que para os Jogos Olímpicos de 2016, 80% da baía vai estar limpa. Crivella falou sobre a volta de traficante a áreas de UPPs e voltou a defender maior efetivo policial e o programa de zona franca social, para dar oportunidades de gerar emprego a pessoas de comunidades. Garotinho aproveitou para reafirmar que não vai acabar com as UPPs, apenas aprimorá-las. No fim Lindberg e Tarcísio concordaram sobre a política de cotas sociais, mas defenderam que o controle seja ampliado para evitar fraudes.

No fim do bloco, os cinco responderam sobre a liberação da maconha. De um lado Lindberg, Crivella, Garotinho e Pezão deixaram Tarcísio Motta sozinho. O candidato do Psol disse que não é a favor da liberação e da legalização.

No quarto bloco, os candidatos ao governo do Rio responderam a perguntas de personalidades. Lindberg começou falando do saneamento da Baixada Fluminense e voltou a atacar Pezão com o discurso de Rio de cartão postal e o resto, que, de acordo com ele, não recebe investimentos do atual governo. “Os moradores perguntam como é que a adutora é na Baixada e falta água o tempo todo?”.  Pezão defendeu o trabalho da Cedae e disse que a construção de Guandu 2 vai resolver de vez o problema. Garotinho atacou Pezão dizendo que uma nova adutora já existe, o que falta é vontade política de fazer as ligações necessárias e colocá-la em funcionamento.

Questionado sobre o programa Mais Médicos no Rio, o candidato Tarcisio Motta disse que o problema do Rio é que o governo investe pouco na saúde, pouco mais de 7% do orçamento, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Lindberg disse que em vez de prometer mais hospitais, o futuro governador deve colocar para funcionar o que já existe. Crivella ainda respondeu sobre questão do orçamento para a segurança e voltou a defender aumento do efetivo. Motta atacou a todos e disse que de um lado é “mais polícia, mais polícia, mais exercito, e do outro lado parece que a polícia vai resolver tudo”, criticou, defendendo uma estratégia no combate ao tráfico de armas.

No último bloco, antes das despedidas, todos responderam sobre desoneração tributária para atrais investimentos. Crivella disse que o assunto precisa ser encarado com cuidado para que não se aumente a desigualdade. Garotinho, irônico, disse que é preciso acabar com privilégios e disse que até o cabelereiro da mulher do ex-governador Cabral ganhou isenção fiscal. “Até a Termas Aeroporto ganhou isenção. Quem será que frenquenta lá?”, ironizou de novo Pezão defendeu uma discussão nacional sobre o problema e disse que o Rio fez isso bem com bares e restaurantes e deu certo. Lindberg disse que a política do Estado nessa questão é velha há 16 anos (para englobar os governos Garotinho, Rosinha, Cabral e Pezão) e Tarcísio pediu o fim de isenção apenas para um pequeno grupo de empresários.

Fonte: Terra
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