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Oposição vai à PGR pedir investigação contra Dilma e Lula

Revista "Veja" afirma que doleiro Alberto Youssef disse, em depoimento, que Dilma e Lula sabiam da corrupção na Petrobras

24 out 2014 - 15h27
(atualizado às 19h30)
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<p>Na TV, Dilma diz que vai processar Veja por "terrorismo eleitoral"</p>
Na TV, Dilma diz que vai processar Veja por "terrorismo eleitoral"
Foto: Reprodução

Os partidos da oposição vão apresentar nesta sexta-feira à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma representação pedindo a abertura de investigação contra a presidente Dilma Rousseff (PT) e contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A mobilização foi motivada por reportagem da revista "Veja", que afirma que o doleiro Alberto Youssef disse, em depoimento à Polícia Federal e ao Ministério Público, que tanto Dilma quanto Lula tinham conhecimento do desvio de dinheiro na Petrobras.

Na representação, a coligação Muda Brasil (PSDB, DEM, SDD, PTB, PTdoB, PMN, PEN, PTC e PTN), do candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB), afirma que “os fatos narrados na reportagem precisam ser aprofundados para que se investigue até que ponto os representados estão envolvidos nessas irregularidades”.

Em nota assinada pelo deputado federal Carlos Sampaio (PSDB) e enviada à imprensa, a coligação sugere que a denúncia pode indicar caixa 2 na campanha de Dilma. “Não só a normalidade das eleições é colocada sob suspeita quando se aponta a possibilidade de uma campanha eleitoral ser irrigada com milhões de reais de origem ilícita, mas, também, e principalmente, a legitimidade dos Poderes constituídos e da democracia brasileira”, diz o texto.

Apenas a presidente Dilma tem foro privilegiado para ser investigada pela PGR; no caso de Lula, a representação deverá ser encaminhada pela PGR à Procuradoria Regional em São Paulo, onde reside o ex-presidente.

O líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho, disse que a previsão é que o documento seja entregue à PGR ainda hoje. Até as 19h20, contudo, o órgão ainda não havia recebido a representação. 

A edição da revista Veja que traz o depoimento teve sua publicação antecipada e chegou nesta sexta-feira às bancas - ontem, pesquisas Datafolha e Ibope mostraram a presidente Dilma à frente do adversário tucano pela primeira vez fora da margem de erro. Para Mendonça Filho, a reportagem não tem viés eleitoral. “O que tem a ver com o cenário eleitoral é toda a postergação da investigação. Criar barreiras para que a investigação fosse iniciada, isso sim é manipulação eleitoral indevida”, afirmou o deputado.

Youssef foi preso em março pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, sob a acusação de comandar um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou R$ 10 bilhões em quatro anos e que envolve a Petrobras. Na tentativa de reduzir sua pena, ele aceitou o recurso da delação premiada.

Outro lado

Dilma usou seu último programa eleitoral na TV, exibido nesta sexta-feira, para se defender das acusações da Veja e afirmar que não existem provas concretas contra as acusações. A presidente, que concorre à reeleição, afirmou ainda que processará a revista por “terrorismo eleitoral”.

“Não posso me calar frente a esse ato de terrorismo eleitoral, articulado pela revista Veja e seus parceiros ocultos. Uma atitude que envergonha a nossa imprensa e agride a nossa tradição democrática. Sem apresentar nenhuma prova concreta, e baseando-se mais uma vez em declarações de pessoas do submundo do crime, a revista tenta envolver diretamente a mim e ao presidente Lula nos episódios da Petrobrás que estão sob investigação da Justiça”, disse Dilma na TV.

Além disso, em entrevista ao jornal "O Globo", o advogado de Youssef, Antonio Figueiredo Basto, disse desconhecer tais declarações de seu cliente. “Eu nunca ouvi nada que confirmasse isso (que Lula e Dilma sabiam do esquema de corrupção na Petrobras). Não conheço esse depoimento, não conheço o teor dele. Estou surpreso”, afirmou Basto.

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Fonte: Terra
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