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Marina inaugura comitê em reduto do PT e critica “difamação”

Candidata, que representa risco à reeleição da presidente Dilma Rousseff, inaugurou comitê voluntário na periferia de Guarulhos, na Grande São Paulo, e disse ser vítima de “campanha de destruição”

5 set 2014 - 18h31
(atualizado às 20h34)
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<p>Marina Silva entre Cleide e Rogério, donos da casa que servirá como comitê voluntário da campanha, em Guarulhos</p>
Marina Silva entre Cleide e Rogério, donos da casa que servirá como comitê voluntário da campanha, em Guarulhos
Foto: Débora Melo / Terra

Um comitê voluntário da campanha de Marina Silva, candidata do PSB à Presidência, foi inaugurado nesta sexta-feira na periferia de Guarulhos, na Grande São Paulo.

De acordo com a assessoria da candidata, as casas são escolhidas a partir de eleitores que se oferecem para montar uma espécie de comitê não oficial em suas próprias residências. As inscrições são recebidas pela internet e, atualmente, existem 600 casas do tipo no País, sendo 120 no Estado de São Paulo.

A casa escolhida desta vez pela campanha fica no bairro de São Manuel, na periferia de Guarulhos, cidade que é tradicional reduto eleitoral do PT. Proprietária da casa, a cabeleireira Cleide Alves da Silva, 34 anos, contou que votou na presidente Dilma Rousseff (PT) em 2010, mas se disse “insatisfeita” com o governo. Dilma concorre à reeleição neste ano, e pesquisas de intenção de voto apontam que Marina a venceria em um provável segundo turno.

“A gente quer mudança. Estamos cansados da mesmice. Vou votar na Marina com certeza, e acredito que ela vai ter bastante voto por aqui”, disse. Mesmo antes de qualquer questionamento sobre eventual recebimento de dinheiro da campanha, Cleide se adiantou. “Não estou ganhando nada para isso”. No final de julho, antes da morte de Eduardo Campos, então candidato do PSB ao Planalto, o proprietário de uma "Casa de Eduardo e Marina” disse que esperava receber “unzinho” da campanha - ou seja, dinheiro. Após a tragédia, os comitês voluntários foram rebatizados de "Casa de Beto e Marina", em referência ao vice na chapa, Beto Albuquerque (PSB).

Cleide afirmou ainda que pedirá votos para Marina. “Não tenho muito tempo, mas vou fazer campanha para ela sim, distribuir panfletos. Meus vizinhos vão me ajudar”, completou.

‘Marina do povo’

Uma parte dos vizinhos parece já estar convencida a mudar de lado. A dona de casa Natalia da Silva, 25 anos, que mora na mesma rua onde foi inaugurada a “casa de Beto e Marina”, disse que sempre votou no PT, mas que agora seu voto é da Marina. “A gente espera que ela faça alguma coisa (pela região). Falta muita coisa aqui.”

O casal de baianos Maria de Fátima Jesus Silva, 24 anos, e Adailton Francisco Neto, 29 anos, que moram em Guarulhos há três anos, também afirmou que não quer mais o PT na Presidência. “Vou votar na Marina. Quero ver o que ela vai fazer de bom para a gente, vou dar uma chance”, disse Neto, que é prensista. “Pela conversa dela, acho que ela tem experiência, sim. Acho que ela tem mais a ver com o povo”, completou a doméstica Maria de Fátima.

A mesma opinião tem a cabeleireira Cleide. “A Marina é uma pessoa que veio de baixo”, disse. “Eu já tinha uma ótima impressão dessa mulher. Depois de abraça-la, de conhecê-la pessoalmente, vejo que ela é uma pessoa maravilhosa.”

Já a dona de casa Miriam Maria da Silva, 30 anos, disse que vai continuar votando em Dilma porque não vê "garra" em Marina. "Gosto do PT e acho que a Dilma tem condição de continuar (no governo). Não vejo muita vontade, nem experiência na Marina. Não vejo garra."

Propostas

Cleide afirma que, mesmo antes da morte de Campos, já tinha decidido votar no PSB. A cabelereira disse ainda que conheceu as propostas de Campos pelo “programa” na TV, mas, na verdade, o horário eleitoral começou após a morte do candidato. Desde o começo, assisti ao programa do Eduardo Campos e ia votar nele sim. Achei bem interessantes as propostas dele.”

Para Cleide, que tem um filho com síndrome de down, o que mais chama a atenção no programa de Marina são as propostas para pessoas com deficiência. “Tenho um filho especial, e essa área está bem precária. Quem tem um filho especial sabe do que eu estou falando”.

Depois de conhecer a casa e conversar com Cleide e o marido dela, o motoboy Rogério, Marina disse que se comprometeria com a escola em tempo integral para ajudar mães que trabalham o dia todo.

Difamação

Em entrevista coletiva em frente ao novo comitê voluntário de campanha, Marina se disse vítima de uma “campanha de difamação e destruição”.

“Enquanto os nossos adversários fazem uma campanha de difamação, de destruição do processo político legítimo que os brasileiros estão fazendo para realizar a mudança, nós respondemos pedindo o apoio e a solidariedade de toda a população.”

Marina afirmou que é alvo de uma “onda de boatos e mentiras” provocada pelo “medo” dos adversários. Reportagem publicada nesta sexta-feira pelo jornal “O Dia”, do Rio de Janeiro, disse que Marina seria favorável a um projeto de lei que tira recursos de Estados produtores de petróleo como Rio e Espírito Santo. A campanha de Marina nega a informação.

"Uma série de mentiras estão sendo lançadas no Rio de Janeiro. O nosso compromisso é com a exploração do pré-sal, sem prejuízo dos Estados produtores em relação aos royalties", afirmou a candidata, que ainda pediu que a população a ajude a fazer uma "campanha de limpeza da campanha".

"Eu estou me sentindo injustiçada. Mas a melhor forma para responder a tudo isso é essa mobilização espontânea que vocês acabam de ver aqui. Eu conto com o movimento da sociedade. É uma onda verde e amarela que está tomando conta dos corações dos brasileiros no Brasil inteiro. Nós não vamos permitir que o medo vença a esperança."

Fonte: Terra
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