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'Injustiçados' na TV, nanicos apostam em interação nas redes

Com menos tempo de propaganda e menos dinheiro para campanha, candidatos cuidam pessoalmente de suas redes sociais na tentativa de conquistar eleitores

8 ago 2014 - 10h21
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Foto: Kacper Pempel / Reuters

Café da manhã com o partido. Palestra. Gravação. Coletiva. Almoço com instituições. Comício. Caminhada. Panfletagem. Reunião com militantes. Entrevista. Encontro com empresários. Encontro com sindicalistas. Encontro com estudantes. E pausa entre uma agenda e outra para dar uma olhadinha no Facebook e no Twitter. Na contramão dos três presidenciáveis líderes das pesquisas – Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) –, a rotina dos candidatos nanicos, com equipes mais enxutas, inclui o corpo a corpo virtual para se aproximarem do público. O contato direto - ao vivo ou pelos meios virtuais - é a saída para enfrentar a grande estrutura de campanha e o maior tempo de rádio e TV dos três adversários mais famosos.

É o caso de Eduardo Jorge (PV). Com a ajuda de poucos assessores, ele é o próprio responsável por seus perfis nas redes sociais. “Esse mundo virtual ainda é novo para mim. Na época em que fui deputado, a interação acontecia nas ruas e através dos meios tradicionais. Hoje temos mais este canal. É particularmente importante no nosso caso, pois não vamos aceitar doações de empresas na campanha nacional. Precisamos de campanhas que falem mais proximamente e não empreguem estruturas milionárias em marketing. Precisamos falar de igual para igual com os eleitores”, explicou ao Terra.

Mauro Iasi (PCB), que comanda suas redes ao lado de militantes, tem opinião parecida. “Quando o perfil não conta com nenhuma participação do candidato, a relação mais próxima desejada pelos usuários fica prejudicada”, afirmou. Segundo ele, o trabalho por lá é livre: existem postagens pré-determinadas, mas, fora essas, os colaboradores podem publicar o que acharem válido. “Usualmente consultamos uns aos outros para evitar qualquer problema. Mas eles não precisam esperar uma aprovação para postar”, explicou.

Um dos mais ativos na web é Levy Fidelix (PRTB), que transmite sua mensagem ao eleitorado com a ajuda do Facebook, Twitter, Google+, diHITT e YouTube. “As notícias são publicadas por minha assessoria de imprensa, mas as respostas aos comentários e os diálogos são realizados por mim. As pessoas percebem, aprovam e valorizam quando é o próprio dono do perfil que interage”, afirmou o candidato. “Para quem tem pouco tempo na TV e pouco dinheiro para a campanha, a internet é uma ferramenta indispensável.”

Segundo José Maria Eymael (PSDC), presente especialmente no microblog, a mídia digital, mais do que um espaço de divulgação, é “o novo campo de batalha eleitoral”. “O alcance, que já é uma revolução na maneira de se comunicar, seja na interface pessoal ou na comunicação de massas, será impactante nos resultados das eleições desse ano. E o tamanho da equipe não diz tanto. Steve Jobs revolucionou o modo de se comunicar 'mobile' com seis pessoas”, comparou.

Zé Maria (PSTU) também elabora as postagens ao lado de uma pequena equipe. Ele concorda que as redes são boas para promover o debate político, mas considera que estão longe de serem tão relevantes como a TV. “Alguns partidos terão mais de 11 minutos de programa eleitoral gratuito, nós teremos 45 segundos. Sem contar a cobertura da mídia, que se centra em três candidatos e omite, por exemplo, que eu também sou candidato”, reclamou. “A televisão ainda tem um forte peso nas eleições e, junto com as campanhas milionárias financiadas pelas grandes empresas, é o que decide. Vamos dar um forte peso para a rede social, mas ainda não acreditamos que ela substitua o papel da TV”, finalizou.

O caso de Luciana Genro (Psol) é um pouco diferente. Apesar de ela fazer algumas das suas atualizações, especialmente compartilhando textos de seu blog, existe uma equipe por trás. “Há um planejamento de curto, médio e longo prazo. Temos metas até outubro e etapas mensais e semanais. Nosso objetivo é responder 100% das interações em todas as redes”, contou o coordenador de comunicação da campanha do Psol, Rodolfo Mohr. Segundo ele, da convenção no dia 22 de junho até o início de agosto, a página da candidata cresceu 200% no Facebook, 20% no Twitter e 500% no Instagram.

Procuradas pelo Terra, as equipes de Pastor Everaldo (PSC) e Rui Costa Pimenta (PCO) não se pronunciaram.

Coligações partidárias: Dilma, Aécio e Eduardo CamposColigações partidárias: Dilma, Aécio e Eduardo Campos

Fonte: Terra
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