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Computador do Planalto pôs elogios a Padilha em site

Página sobre ex-ministro na Wikipédia também teve críticas retiradas

28 jul 2014 - 08h51
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Páginas da Wikipédia como as do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT), do Movimento Passe Livre (MPL) e do ex-governador José Serra (PSDB-SP) foram alteradas com o uso de onze computadores do governo federal. O site é uma enciclopédia on-line cujos textos podem ser editados livremente. Um levantamento feito pelo jornal Folha de S. Paulo com os endereços de IP registrados em nome do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e da Presidência da República mostra que os artigos sofreram mudanças tanto para a inclusão de elogio e a remoção de críticas quanto para o inverno. 

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A Wikipédia registra todos os endereços de IPs - uma espécie de "impressão digital" da internet, que permite identificar ao menos a organização responsável pelo acesso - que fazem alterações na enciclopédia. Feitas entre 2008 e 2014, as edições acabaram desfeitas por outros usuários por infringirem regras de uso.

Em dezembro de 2013 foi registrado o caso mais relevante de edição, quando uma conexão de internet da Presidência foi usada para retirar trecho sobre suspeitas de corrupção na Fundação Nacional da Saúde (Funasa) na época que Alexandre Padilha era diretor do órgão, e incluir elogio ao programa Mais Médicos. Em junho do mesmo ano, em meio aos protestos de rua liderados pelo MPL, um IP do Serpro alterou a página do grupo e dizia que o movimento "se utiliza de protestos e, não raramente, depredação e violência para alavancar" reivindicações. Também afirmava que a tarifa zero ignora que "todo aumento de gasto público implica menos orçamento" para saúde e educação.

Um computador do governo federal também foi usado em março de 2010, ano em que Serra concorreu à Presidência contra Dilma Rousseff (PT), para incluir críticas ao político na enciclopédia. O texto dizia que "se eleito presidente, (Serra) pretende, como uma de suas metas, acabar com todas as empresas estatais e sucatear todas as empresas públicas". Durante a campanha, o tucano negou ter esse objetivo.

Os endereços de IP, datas e horários de acesso foram fornecidos pela Folha ao Serpro junto a um pedido de identificação dos locais físicos em que esses IPs estão alocados. O órgão informou em nota que não poderia comentar o assunto porque a lei 5.615/70, que criou o Serpro, determina que a empresa e seus servidores "são obrigados a guardar sigilo quanto a elementos manipulados". Questionada sobre o caso da página de Padilha, hoje candidato do PT ao governo de São Paulo, a Presidência afirmou que não poderia se posicionar a tempo e sugeriu que o pedido fosse feito pela Lei de Acesso à Informação.

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Fonte: Terra
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