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Candidato do RS vai à Polícia após ser xingado no Facebook

Marcel Van Hattem, do PP, registrou ocorrência após ser chamado de "mimado", "fascista" e "branquelo de m...". O PT também representa contra ele

9 set 2014 - 11h44
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Marcel Van Hattem, do PP, registra ocorrência em Dois Irmãos após ser xingado no Facebook
Marcel Van Hattem, do PP, registra ocorrência em Dois Irmãos após ser xingado no Facebook
Foto: Marcel Van Hattem / Facebook/Reprodução

Uma discussão no Facebook entre militantes de partidos políticos foi parar na delegacia e na Justiça Eleitoral. O candidato a deputado estadual do PP, Marcel Van Hattem, registrou boletim de ocorrência neste sábado na delegacia de Dois Irmãos acusando de injúria pessoas que o chamaram de "gurizote mimado", "branquelo de m...", "fascista" e nazista no Facebook e no YouTube. O candidato postou nessas redes um vídeo no qual gritava em um megafone que a candidata do PT, Maria do Rosário, "defendia bandidos".

No vídeo, Van Hattem é confrontado por apoiadores da candidata, e um deles o chama de "fascista" e "filhote da ditadura". Ele responde com "fora PT" e dizendo que Maria do Rosário "não aguentou" o debate. Alguns palavrões e ofensas de ambas as partes são ouvidos no vídeo.

Candidato discute com militantes em parque de Porto Alegre:

Na semana passada, o vídeo provocou comentários irônicos e agressivos nas redes sociais. "Gurizote mimado", "toma vergonha nessa cara", "não tem noção do que seja democracia", "é muito não ter o que fazer", eram alguns dos comentários que ainda estavam na página, no meio de vários outros comentários de apoio - todos respondidos pelo candidato. No sábado, Marcel Van Hattem foi até a delegacia denunciá-los por injúria. E no domingo, conclamou seus militantes a fazer o mesmo. "Vocês não acham que nós também deveríamos, de forma organizada, colher os nomes de cada uma dessas pessoas que compartilharam o vídeo com o intuito de amplificar o alcance da injúria e denunciá-las à Polícia Civil e processá-las também?", diz um dos seus posts no Facebook.

Ao Terra, Van Hattem afirmou que a denúncia na Polícia Civil serve para "dar nível" ao debate político. "Você não pode falar sobre ideias e falar aquilo que pensa, achar que xingamentos racistas poderão ser impunes. Me chamaram de nazistas, fascistas. Quando vem da esquerda, ninguém faz nada", afirmou o candidato. Em alguns comentários do post, a agressividade vem dos próprios militantes, como um "essa vagabunda" referido a Rosário. Van Hattem, porém, não considera que poderia ser processado por isso.

"Ela não desmentiu de forma alguma. Ela tem o direito de defender bandidos, eu tenho o direito de dizer o que ela defende e querer mais segurança", diz o candidato. "Nós vivemos uma ditadura do politicamente correto, não posso aceitar no momento em que eu digo uma verdade, que ela defende bandidos, eu seja o preconceituoso". Van Hattem também não vê incoerência entre criticar a "ditadura do politicamente correto" e processar seus críticos no Facebook. "Uma coisa é eu falar uma verdade e a pessoa não me desmentir. São coisas diferentes. É diferente me chamar de branquelo de m...", disse.

Um dos seus críticos falou ao Terra sobre o tema. "O candidato reproduz um discurso de ódio, de pessoas que enxergam apenados como sub-humanos. Sabemos que essa postura está por trás de episódios de violência. Se o Marcel julga aceitável traduzir a luta pelos direitos humanos em "defender bandidos", não deveria se surpreender quando reduzem suas posturas a termos inexatos, como fascista", disse o militante, que preferiu não se identificar. 

A campanha de Maria do Rosário repudiou a atitude de Van Hattem, mas a candidata optou por não fazer qualquer pronunciamento oficial. A advogada da coligação Unidade Popular, Maritânia Dallagnol, afirmou que o PT fará uma representação criminal contra Marcel Van Hattem por injúria na tarde desta terça. "Há um constrangimento em relação à propaganda feita de forma legal, no espaço destinado ao PT no Brique da Redenção. Essa atitude merece ser abordada junto ao Ministério Público Eleitoral", afirma a advogada. 

Fonte: Terra
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