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Ala gay da sigla de Levy se cala sobre declaração homofóbica

De acordo com o partido, filiados gaúchos que defendem os direitos LGBT "não querem ser expostos"

2 out 2014 - 10h10
(atualizado às 10h18)
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<p>Levy Fidelix, candidato à presidência pelo PRTB</p>
Levy Fidelix, candidato à presidência pelo PRTB
Foto: Janaina Garcia / Terra

O PRTB, partido pelo qual Levy Fidelix mais uma vez concorre à presidência nas eleições de 2014, possui uma ala gay no Rio Grande do Sul chamada PRTB Total. Seus representantes, no entanto, não querem se manifestar sobre as declarações homofóbicas feitas pelo candidato no debate do último domingo

As informações foram passadas ao Terra pela assessoria de imprensa do diretório estadual do partido, que não divulgou o nome de nenhum integrante do grupo. Segundo ela, os membros, que moram no interior do Estado, têm receio de serem expostos por "medo da reação do público" e "preferem ficar quietos". 

A assessoria ainda criticou a maneira com que a imprensa tem abordado o caso. De acordo com ela, Levy "tem direito à liberdade de expressão" e não pode ser "tratado como inimigo público apenas por ter emitido uma opinião". 

O diretório estadual do PRTB no Rio Grande do Sul tem cerca de 4 mil filiados, sendo que o PRTB Total é organizado por aproximadamente 30. 

Declarações no debate

No debate da TV Record, as declarações de Levy foram dadas após pergunta da candidata Luciana Genro (PSOL), citando a violência cometida contra a comunidade LGBT. Em seu questionamento, ela perguntou os motivos pelos quais os que defendem a família “se recusam a reconhecer como família um casal do mesmo sexo”.

“Dois iguais não fazem filhos e digo mais: aparelho excretor não se reproduz”, disse Levy, que recebeu risadas da plateia após a declaração. Na sequência, em sua resposta, ele continuou a se declarar contra os gays. “Como que pode um pai de família, um avô, ficar aqui escorado porque tem medo de perder voto? Prefiro não ter esses votos, mas ser um pai, um avô que tem vergonha na cara, que instrua seu filho, que instrua seu neto. Vamos acabar com essa historinha. Eu vi agora o santo padre, o papa, expurgar, fez muito bem, do Vaticano, um pedófilo. Está certo! Nós tratamos a vida toda com a religiosidade para que nossos filhos possam encontrar realmente um bom caminho familiar”, completou. 

Respostas da sociedade

Três representações contra o candidato foram protocoladas no TSE. A primeira, ajuizada pela Comissão Nacional da Diversidade Sexual da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), requer que parte do tempo de propaganda eleitoral gratuita a que o candidato tem direito seja destinada para que entidades de defesa da comunidade LGBT se manifestem sobre as declarações de Fidelix. A OAB também pede a cassação do registro de sua candidatura.

As outras representações propostas pedem ao tribunal que aplique a multa máxima prevista para o caso de propaganda ilegal, com a agravante desta ter sido feita com o propósito de incitar o ódio. Uma das representações foi apresentada, em conjunto, pela também candidata à Presidência da República, Luciana Genro, e pelo deputado federal candidato a mais um mandato, Jean Wyllys, ambos do Psol. A terceira foi ajuizada pelo PSTU. As representações serão julgadas pelo ministro Herman Benjamim.

Fonte: Terra
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