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Aécio promete elevar taxa de investimentos de 18% para 24%

30 jul 2014 - 13h46
(atualizado às 15h06)
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<p>O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves (imagem de arquivo)</p>
O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves (imagem de arquivo)
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

A exposição do candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, no Diálogo da Indústria com Candidatos girou basicamente em torno de temas econômicos. Dentre duas propostas, a promessa que chamou mais atenção foi a de elevar a taxa investimentos no Brasil para 24% do Produto Interno Bruto (PIB - soma de todas as riquezas produzidas no País).

“A meta que estou estabelecendo é a de que ao final de 2018 o patamar de investimentos salte de 18% do PIB para alcançarmos 24% do PIB em uma grande articulação do governo com o setor privado e com a criação de um grande ambiente favorável de negócios”, afirmou o tucano a uma audiência de empresários.

Uma das maneira indicadas por Aécio para se chegar ao novo patamar é por meio da simplificação tributária, que ele promete enviar ao Congresso Nacional nos seus primeiros dias de mandato, se eleito. “Não tenho a menor dúvida em dizer que enfrentando a simplificação do sistema tributário; as portas serão abertas para que possamos ter uma redução horizontal da carga tributária."

Aécio Neves não poupou críticas à condução da política econômica do governo Dilma Rousseff. “A realidade nua e crua é que o governo federal falhou. Falhou na condução da economia, que nos levará à pior equação fiscal das últimas décadas, ao cemitério das obras inacabadas e com sobrepreço em toda parte”, disse.

Ao atacar a gestão da macroeconomia brasileira, o presidenciável do PSDB comparou a alta da inflação (que ultrapassou no último trimestre o teto da meta, de 6,5%) e a perspectiva de baixo crescimento ao placar sofrido pela Seleção brasileira na semifinal da última Copa do Mundo, contra a Alemanha. “Esse 7 a 1 foi muito triste, mas isso é o que menos que preocupa. O que preocupa são 7% de inflação e 1% de crescimento”, disparou.

A exemplo do candidato do PSB ao Planalto, Eduardo Campos, Aécio prometeu elevar a taxa de investimento em infraestrutura dos atuais 2,1% para 5%. “Temos que elevar o investimento em infraestrutura para 5% do PIB e vamos fazer um esforço hercúleo”, declarou o candidato.

Na avaliação de Aécio Neves, os governos do PT “demonizou” os investimentos em conjunto com a iniciativa privada e que “o tempo perdido não volta mais”. “A grande verdade é que ao longo de 10 anos, o atual governo demonizou as privatizações,  as concessões e as parcerias com o setor privado”, afirmou. “O aprendizado do PT no governo vem custando muito caro ao Brasil.”

Política externa

Um ponto bastante criticado por Aécio Neves ao atual governo foi a condução da política externa brasileira durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Para ele, o Brasil perdeu ao deixar de assinar acordos comerciais importantes.

“O Brasil optou nos últimos anos por um alinhamento ideológico em sua política externa”, disse. “O Brasil vem perdendo a oportunidade de avançar no entendimento (do Mercosul) com a União Europeia e esse entendimento, quando vier, já não encontrará as condições que poderiam ter encontrado um ano atrás”, exemplificou, referindo-se ao acordo comercial entre os dois blocos, cujas negociações estão parados.

Ele criticou também o Mercosul e sugeriu uma mudança na interação entre os países-membro. “O Mercosul, a grande realidade é essa, vem nos amarrando”, disse. Ele sugeriu que o bloco deixasse de ser uma união aduaneira para se tornar uma área de livre comércio de modo a garantir flexibilização e facilitar acordos bilaterais.

Superávit possível

Em entrevista coletiva, Aécio Neves disse que 2015 não será um ano fácil, mas que fará o "superávit possível" sem manobras contábeis. "Não teremos 2015 fácil. Na verdade 2015 já está precificado pelo atual governo", disse, citando as condições do setor elétrico e da Petrobras.

Segundo Aécio, o governo alcançou no ano passado o superávit de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) com receitas não recorrentes, como do leilão do campo de Libra e do Programa de Recuperação Fiscal (Refis). "Esse é mais um resultado da alquimia contábil do governo, que contribuiu para a nossa perda de credibilidade. Vamos constituir sempre o superávit, mas vamos ser transparente e será o superátit possível", afirmou.

Aécio não responde sobre voos para aeroporto

Após o evento, o senador Aécio Neves não respondeu, em entrevista coletiva, quantas vezes voou para o aeroporto da cidade de Cláudio (MG). Nesta quarta-feira, o jornal O Estado de S. Paulo publicou que a campanha tucana passou a admitir que o candidato utilizou a pista construída, apesar de o local não ter recebido a homologação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

“Sobre esse assunto dei esclarecimentos que julguei relevantes. Todos os investimentos do meu governo que levaram a ligação de todas as cidades que não tinham asfalto, a ligação de telecomunicação de cerca de 500 cidades e aproximação do setor aeroviário foram feitas dentro da lei, em absoluto planejamento”, disse o senador.

A Folha de S.Paulo revelou no último dia 20 que o governo de Minas Gerais, na gestão de Aécio Neves, construiu um aeroporto em um terreno desapropriado na fazenda de um tio-avô do candidato.

Candidato quer cortar cerca de 20 ministérios

Aécio Neves voltou a prometer nesta quarta que cortará cerca da metade dos atuais 39 ministérios no primeiro dia de seu governo. O candidato, no entanto, evitou citar quais pastas serão extintas.

“No primeiro dia do nosso governo teremos em torno de metade dos atuais ministérios, o que não quer dizer que algumas das políticas públicas deixem de ser importantes. De forma desburocratizada muitas dessas ações poderão ter mais efetividade”, disse.

Segundo o tucano, o novo desenho dos ministérios está sendo estudado pelo ex-governador Antonio Anastasia, que participou da elaboração do programa do candidato.

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Fonte: Terra
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