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Aécio chama Marina de "metamorfose ambulante" e acusa plágio

Tucano exibiu trechos idênticos de programa de governo da candidata do PSB, em comparação a programa de direitos humanos de 2002, último ano de governo do ex-presidente

2 set 2014 - 19h49
(atualizado às 20h24)
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O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, chamou a ex-senadora e adversária pelo PSB na corrida eleitoral, Marina Silva, de “metamorfose ambulante” e a acusou de plagiar trechos do Programa Nacional de Direitos Humanos de 2002, na gestão do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), no atual programa de governo da candidata.

“O improviso não é o melhor conselheiro. Estamos vendo de um lado um governo que reage ao índice das suas pesquisas alternando suas convicções, o que não é bom, e age até com certo desespero, e, do outro lado, o que vejo é uma candidata que mais se assemelha a uma metamorfose ambulante que altera as suas convicções ao sabor das circunstâncias”, criticou.

Aécio convocou uma entrevista coletiva ao lado de FHC horas antes de sair nova pesquisa Ibope apontando alta de Marina sobre a candidata Dilma Rousseff (PT) e nova queda do tucana na disputa. Ao lado de FHC, o senador mineiro não poupou críticas a Dilma, mas acentuou o tom dos ataques a Marina –a qual fez questão de associar a posicionamentos adotados em sua época petista, quando foi senadora e ministra do governo Lula. Nesse aspecto, lembrou que Marina votou contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, de 2003, e ainda “se calou diante das denúncias de mensalão (petista) e permaneceu no governo”.

O candidato exibiu aos jornalistas duas páginas com quatro artigos do PNDH de 2002 e os artigos respectivos do plano de governo de Marina. Os itens selecionados contêm frases inteiras iguais nos dois documentos, com duas únicas diferenças: a substituição da expressão “para a” por “à” (gramaticalmente, idênticas), e de “de modo a focalizar” para “atentando para”. Os artigos tanto do PNDH citados tratam de temas como estudos de vitimização, programas de juizados itinerantes, adoção de políticas de ação afirmativa contra a desigualdade e erradicação do trabalho infantil.

“Um programa de governo não é algo onde caibam improvisos”, disse. “Já vi incoerências muito grandes entre a prática da candidata e seu discurso atualizado, mas me surpreendi hoje quando percebi que o capítulo sobre direitos humanos da candidata Marina, em seu programa de governo, é uma copia fiel do PNDH de seu governo em 2002”, afirmou, dirigindo-se a FHC. “E com prefácio de sua autoria, porque sequer tiveram o cuidado de alterar palavras”.

Para o tucano, o suposto plágio é “apenas uma sinalização” do que ele aponta como “improviso e enorme contradição que ronda” a candidatura de Marina. “É preciso capacidade de articulação: não adianta alguém achar que se impõe por sua vontade absoluta, de forma messiânica, a um Congresso Nacional; é preciso ter uma pauta e força política para negociar essa pauta”.

A reportagem tentou contato com a campanha de Marina, sem sucesso.

"Não se governa sozinho", sugere FHC

O ex-presidente Fernando Henrique endossou as palavras do senador sobre a suposta falta de experiência da adversária do PSB em governar. “Não se governa sozinho, tem que ter capacidade de convencer outros para que se alinhem em certa direção”, definiu, para concluir: “E já assistimos em vários momentos: quando você pensa vai acontecer o inevitável, acontece o inesperado. Política é assim”.

Temas LGBT em programa dependem de consenso, diz Aécio 

Polêmica mais forte e recente na campanha de Marina, nos últimos dias, a inclusão de temas de interesse da comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros) no programa de governo, como o casamento gay, ainda não se definiu explicitamente no programa tucano. Ontem, por exemplo, Dilma se manifestou favorável à criminalização da homofobia –outro ponto nevrálgico na candidatura da ex-senadora, que é evangélica.

“Esses temas (criminalização da homofobia e casamento gay) vão estar todos no nosso programa. Eu já disse que a união entre pessoas do mesmo sexo é decisão do STF (Supremo Tribunal federal) e não há que se fazer qualquer questionamento. Vamos incluir esses dois temas no nosso programa até o limite de acharmos consensual entre as forças políticas que nos apoiam”, resumiu. “Não vamos fugir desses temas”.

Se ele mesmo é contra ou a favor de se criminalizar a homofobia? “Deve sim ser tratado como crime, vamos ver se será tratado como crime”, respondeu. 

Fonte: Terra
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