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Política

Colombiano candidato em Palmas diz que não é personagem político

24 set 2012 - 13h19
(atualizado em 25/9/2012 às 18h58)
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Luana Fernanda
Direto de Palmas

O colombiano Carlos Amastha (PP), 51 anos, lidera as pesquisas à prefeitura de Palmas (TO). O empresário, que saiu de 1% para 47% nos levantamentos de intenção de voto, é dono de um patrimônio de R$ 18 milhões e é o quarto candidato a prefeito mais rico do Brasil. Carlos Enrique Franco Amastha é natural da cidade de Barraquilla, norte da Colômbia, e filho de um médico comunista.

Carlos Franco Amastha (centro) pode se tornar o primeiro estrangeiro a governar uma capital brasileira
Carlos Franco Amastha (centro) pode se tornar o primeiro estrangeiro a governar uma capital brasileira
Foto: EFE

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Disputando pela primeira vez uma eleição, Amastha chegou ao Brasil aos 22 anos. Na Colômbia, o candidato trabalhava para uma empresa argentina, onde vendia cursos de inglês. "Vim para o Brasil com o sonho de um jovem querendo conhecer um País tão famoso no mundo, de tantas coisas boas", diz.

Já morando na cidade de Curitiba (PR), há quatro meses no Brasil, ele conheceu sua esposa Glô Amastha. "Ela iria fazer 20 anos e eu 22. Casamos no mesmo ano e constituímos família", lembra. Com a curitibana teve três filhos, Fernando, Guilherme e Ana. Daqui a oito dias nasce seu primeiro neto palmense.

No Tocantins, Amastha chegou em 1999. A princípio começou a trabalhar com educação à distância no Estado, tendo como sócio o ex-ministro da saúde no governo Sarney, Borges da Silveira. Em 2007, deu início à construção de um shopping center na capital tocantinense.

O colombiano é diretor-presidente do Grupo Skipton. A empresa atua na área de incorporação de shopping centers e tecnologia de informação. Em Palmas, o Capim Dourado Shopping faz parte do grupo e tem mais de 100 lojas. No Norte do Tocantins está implantando o Araguaína Shopping.

O empresário conta que decidiu entrar na política para mudar de vida. Na última semana, a divulgação da pesquisa Ibope/TV Anhanguera mostrou Amastha, que começou com 1% nas intenções de voto ainda na pré-candidatura, atualmente com 47% da preferência do eleitorado da mais nova capital do Brasil.

De acordo com o colombiano, ele se tornou candidato porque já se considera um homem realizado profissionalmente como empresário. "Vou fazer 52 anos. Sou homem bem-sucedido como profissional, como esposo, pai de família. A gente tem uma independência e acho que é o momento oportuno para fazer uma mudança de vida. Não faria essa mudança radical se não fosse para um projeto que valesse muito à pena", completa.

Estágio

Sobre as intenções de se tornar governador do Estado, o candidato afirmou - fazendo uma analogia ao comentário do prefeito Raul Filho (PT), quando disse em um vídeo ao contraventor Carlinhos Cachoeira, que Palmas era um "estágio de poder" - que seu objetivo é apenas a prefeitura. "De jeito maneira. Palmas não é um estágio, é um fim. Fazer em dois anos o que Palmas precisa é absolutamente impossível", diz.

Em Palmas, o candidato começou a se envolver na política quando se posicionou contrariamente à expansão do Plano Diretor da Capital, em 2011, proposta defendida pelos vereadores palmenses.

Amastha já foi filiado ao PSB, passou pelo PV e concorre às eleições pelo PP. O colombiano defende uma política de centro-esquerda e assume que não possui o apoio de nenhuma grande liderança política no Tocantins. Em suas propagandas eleitorais defende discurso do 'novo'. "Entendo que a missão empresarial que cumpro é de fazer transformação", afirma.

Moeda Verde

Preferido pelos eleitores da capital tocantinense, o candidato não está longe de polêmicas. Amastha esteve envolvido na Operação Moeda Verde, em 2007. Na época, a Polícia Federal investigava a negociação de licenças ambientais em Florianópolis, cidade onde ele também construiu um shopping. A operação indiciou o empresário por dois crimes, falsidade ideológica e participação em advocacia administrativa.

Depois da revelação do esquema, dois vereadores de Florianópolis perderam seus mandatos. Entre os parlamentares estavam Marcílio Ávila, que na época foi suspeito de defender os interesses de Amastha na câmara e na prefeitura de Florianópolis. Questionado sobre a investigação, o colombiano nega e diz que não tem nenhum processo de ligado a ele.

'Amastherido'

Torcedor de três times - Atlético Júnior (Barranquilla, Colômbia), Flamengo e Coritiba -, Amastha se considera um homem alegre e garante que sua "dancinha de funk" não é um plano de marketing e nem fruto de um personagem popular.

Por trás da popularidade está a equipe de profissionais de marketing da campanha de Amastha, a mesma que trabalhou com Siqueira Campos (PSDB) em 2010, quando o atual governador disputou as eleições e venceu. Naquele ano, o time conseguiu transformar a imagem do político austero para o 'Siquerido', o bom velhinho amigo das crianças.

Na mesma linha, o colombiano deixou de ser um desconhecido na cidade para a população de baixa renda e se tornou uma figura engraçada nas ruas de Palmas. Em seus comícios ele dança funk, e nas ruas da capital em que concorre anda de bicicleta e diz amar a cidade. Alguns até arriscam dizer que ele é o mais novo querido, ou melhor, 'Amastherido'. E, sempre vestido de camisa xadrez na campanha, ele garante que nada disso é uma atuação política. "Esse sou eu. Tudo que faço é sempre com muita alegria. Quem me conhece sabe que não é um personagem de eleição. Eu prefiro perder a eleição a fazer coisa contrária a quem eu sou", afirma.

Fonte: Especial para Terra
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