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Política

Discreta, vice de Haddad aposta em papel de articuladora

31 out 2012 - 14h15
(atualizado às 14h24)
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Ricardo Santos

'Não preciso ocupar nenhuma função pra exercer militância', diz Nádia
'Não preciso ocupar nenhuma função pra exercer militância', diz Nádia
Foto: Bruno Santos / Terra
Direto de São Paulo

Reservada durante os quatro meses de campanha, a próxima vice-prefeita de São Paulo, Nádia Campeão (PCdoB), deverá ter um importante papel na articulação política do próximo governo. Apesar de dizer que sua atuação ainda depende de conversas com o prefeito eleito, Fernando Haddad (PT), ela garante que seu perfil de negociação, sua militância pelas mulheres e sua atenção aos esportes vão continuar independentemente do que vá fazer.

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"Nós tivemos um entrosamento bom durante a campanha, mas nunca tratamos de nada além do programa. Não falamos de governo nem entre nós, nem com os partidos, porque a disputa foi muito dura", justificou. Segundo ela, essa primeira semana será dividida entre entrevistas, descanso e "resolver assuntos pessoais que ficaram de lado durante a eleição", como a própria saúde, e após isso os dois devem conversar. "Tudo vai depender da conversa que eu tiver com o prefeito. Eu não estou com nenhuma questão pré-determinada."

Nádia foi anunciada oficialmente como vice em 27 de junho, oito dias após o abandono da ex-prefeita Luiza Erundina por causa da aliança do PT com o também ex-prefeito e rival histórico Paulo Maluf (PP). A imagem do aperto de mão entre Maluf, Lula e Haddad no quintal da mansão do ex-prefeito causou mal estar não só em Erundina, mas em boa parte da militância, e deu munição aos críticos. Diante do cenário periclitante, Nádia, que já havia sido vice de Aloizio Mercadante na disputa pelo governo de SP em 2006, foi acionada para estancar a situação.

Colaboraram para a escolha duas razões: por um lado, Nádia era bem cotada pelos petistas pelo menos desde 2001, quando chefiou a secretaria de Esportes da gestão Marta Suplicy; por outro, alguns quadros do PT a consideravam "disciplinada" e com capacidade de "seguir com a máquina sem causar polêmica", importante atributo então.

De acordo com companheiros do PCdoB, no qual ingressou em 1978, Nádia tem um perfil de quem "gosta de política, articula, aglutina" e tem boa percepção para ajudar a resolver problemas. Essas capacidades já tiveram que ser postas à prova em agosto, quando os comunistas estavam insatisfeitos com a falta de repasse de verbas, por parte do PT, para a campanha de vereadores das legendas aliadas. Haddad chegou a ter uma reunião com Nádia sobre o assunto e pediu seu apoio para acalmar os ânimos.

Essas características de articulação e negociação, diz ela, foram o que a credenciaram para a presidência estadual do PCdoB, cargo que ocupa atualmente. "Foi com elas que eu procurei defender nosso programa, agregar apoio em torno do nosso programa. Elas vão continuar sendo dessa forma, independente do que eu for fazer", disse Nádia.

Nesse mesmo nível ela coloca a atenção aos esportes. "Desde que eu fui secretária (de Esportes), desde 2000 até agora, acabei acompanhando tudo. Estamos (PCdoB) no ministério, acompanhei a política, continuo tendo amigos nessa área. Falar de esporte, lazer, recreação para mim é tranquilo", afirmou ela, referindo-se ainda à militância pelas mulheres. "Sempre que estive na política, me referi à importância das mulheres. Faz parte da minha trajetória política. Eu, a Ana Estela, a Marta Suplicy representamos essa força na mulher, independente de qualquer coisa. Não preciso ocupar nenhuma dessas funções pra exercer militância por essa causa."

Fonte: Terra
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