Serra propõe monitorar alunos com 'potencial para o crime'
Em resposta a um questionamento feito por um ouvinte da rádio CBN, neste domingo, em São Paulo, sobre o projeto dos candidatos à prefeitura da capital paulista para combater a violência e o consumo de drogas dentro das escolas, José Serra (PSDB) defendeu a adoção de medidas preventivas que permitam identificar os jovens com "potencial para o crime". O candidato garantiu que a ideia é atuar no monitoramento e acompanhamento desses jovens, sem explicar de que maneira eles serão identificados.
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"Vamos combater em parte com prevenção. Temos um programa feito conjuntamente com a fundação Casa (Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente), antiga Febem, para aturar nos jovens que estão dentro das escolas que ainda não entraram para o mundo do crime, mas que podem ter propensão para isso. Então nós vamos fazer com eles um trabalho preventivo, que é identificar quem tem um potencial para ir para o crime ou para ir para a droga para poder fazer um trabalho de acompanhamento, de monitoramento e ajuda a esses jovens. Não são somente medidas de segurança, são medidas preventivas. Essa é a questão fundamental", declarou José Serra, que ainda prometeu "combater o crack de verdade". Respondendo à mesma pergunta, o petista Fernando Haddad defendeu a expansão das escolas de tempo integral, com atividades culturais e esportivas, como meio de prevenir a criminalidade nas instituições de ensino.
'Descaracterização'
Por meio de nota, a campanha de José Serra afirmou que a divulgação isolada da declaração do candidato descaracteriza a política que o tucano defende para a assistência social e a segurança nas escolas. "Serra tem defendido que o poder público atue junto a escolas no sentido de proteger crianças e jovens cujas famílias tenham sido desestruturadas, sobretudo pelo abuso de álcool e drogas. Crianças e jovens nessa situação merecem, além de ser tratados com carinho e atenção redobrada, um apoio especial do poder público para reduzir sua situação de vulnerabilidade", diz o comunicado.
"Como todos especialistas em educação concordam, a desestruturação familiar, ainda mais quando associada ao abuso de álcool ou drogas, cria um contexto que potencializa a possibilidade de uma criança ou adolescente se ver envolvido em situações de risco. É uma obrigação do poder público voltar sua atenção para cuidar desses jovens e ajudá-los", finaliza a nota.