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Política

Haddad se altera com 'kit gay' e diz: 'vamos discutir a cidade'

14 out 2012 - 16h00
(atualizado em 15/10/2012 às 18h14)
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Dassler Marques
Direto de São Paulo

Uma pergunta a respeito do polêmico kit anti-homofobia causou irritação a Fernando Haddad no início da tarde deste domingo. O candidato do PT à prefeitura de São Paulo foi questionado sobre comentários do adversário José Serra, do PSDB, se poderia lançar material semelhante para a capital. Durante a gestão de Haddad no Ministério da Educação o kit chegou a ser elaborado em decorrência de uma emenda parlamentar, mas acabou vetado pela presidente Dilma Rousseff após pressão da bancada evangélica no Congresso. Em contrapartida, Haddad pediu mais discussões sobre propostas para a capital durante o segundo turno, lembrando a frase que Celso Russomanno, do PRB, usou no primeiro turno.

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"Não vou comentar mais ataques pessoais do Serra. É um ataque pessoal. Ele sempre distorce a informação e não vou mais comentar, já estou cansado desse tipo de ataque", disse Haddad. A pergunta feita ao petista visava a repercutir declaração de Serra sobre o kit anti-homofobia, chamado também de "kit-gay" por opositores da proposta. Ao Estado de S. Paulo, o tucano afirmou que "o kit gay quer doutrinar em vez de educar".

O ex-ministro, que fez carreata no Jaçanã, na zona norte, pediu que os temas fossem direcionados aos projetos da cidade. "O seu jornal (Folha de S. Paulo) hoje escreve um editorial pedindo para a gente discutir propostas para a cidade. Ontem (sábado) pediu para parar de discutir assuntos que não têm interesse ao município, inclusive esse. Aceito a proposta da Folha e estendo o convite ao meu adversário. Vamos parar de discutir coisas sem importância, já resolvidas, e vamos discutir a cidade", pediu. Durante o primeiro turno, Russomanno popularizou a frase "vamos discutir São Paulo".

Anteriormente, Haddad havia enumerado seu programa de educação para São Paulo em função da proximidade do dia dos professores, na segunda-feira. O petista defende a criação de 31 centros universitários na capital para "oferecer aos professores da rede municipal e estadual a especialização, mestrado e doutorado. "São polos da Universidade Aberta do Brasil (UAB). Há mais de 600 em operação pelo Brasil e nenhum em São Paulo. Deveria ter pelo menos uns 30".

O ex-ministro da Educação e também professor defendeu a educação em tempo integral como alternativa à discussão sobre progressão automática ou repetência. "Em toda escola que estiver com a média do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), abaixo da média municipal, vamos oferecer educação em tempo integral". Haddad ainda citou a criação de uma universidade federal na zona leste e um instituto federal na zona norte, além de enumerar estratégias para zerar o déficit de vagas em creche em São Paulo, hoje estimado em 150 mil.

Kit anti-homofobia

Com base em estudo que apontava depressão e baixo rendimento escolar entre alunos gays, entre a 6ª à 9ª séries, o Ministério da Educação desenvolveu material didático para o combate a homofobia nas escolas públicas. Com vídeos, boletins e cartilhas, abordava o universo de adolescentes homossexuais, o que gerou protestos da ala conservadora em Brasília. Diante da pressão, em especial da bancada evangélica na Câmara, a presidente Dilma recolheu o material. As críticas recaíram especialmente sobre vídeos que diziam que um bissexual teria mais chances de ter sucesso em uma festa e que um transexual poderia usar o banheiro feminino. Neste domingo, Haddad disse ainda que "a prefeitura e o Estado (de São Paulo) têm um material" e que "é constitucional".

A Secretaria de Educação de São Paulo afirmou que não possui nenhum "material assemelhado" ao kit anti-homofobia, e negou as afirmações de Haddad."A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo esclarece que não possui o kit anti-homofobia nem material assemelhado. Temas como violência, uso de drogas e combate à discriminação em todos os aspectos, inclusive sexual, são abordados em programas como o Prevenção também se Ensina e em outras atividades pedagógicas", afirmou em nota a assessoria de imprensa da Secretaria de Educação.

Fernando Haddad (PT) fez uma carreata de campanha no bairro do Jaçanã, na zona norte de São Paulo
Fernando Haddad (PT) fez uma carreata de campanha no bairro do Jaçanã, na zona norte de São Paulo
Foto: Paulo Pinto / Divulgação
Fonte: Terra
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