RS: ao lado de Manuela, Rabelo critica politização do mensalão

Gonçalo Valduga

Direto de Porto Alegre

O presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, criticou a tentativa de politização do julgamento do mensalão após a pesquisa do Instituto Datafolha que apontou a descrença da sociedade com a punição dos 38 réus. Em evento de campanha nesta segunda-feira com a candidata do partido à Prefeitura de Porto Alegre, Manuela D'ávila, Rabelo afirmou que, passados oito dias do início das atividades no Supremo Tribunal Federal (STF), até o momento prevaleceu a "luta política, e não o progresso judicial".

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Feita em 9 de agosto com 2.562 pessoas em 159 municípios do País, a pesquisa Datafolha aponta que 73% dos entrevistados acreditam que os réus do mensalão devem ser presos, se condenados. No entanto, apenas 11% deles creem que os condenados serão de fato presos. Na opinião da liderança comunista, o resultado da politização do processo judicial será sempre insatisfatório. "A tentativa de não permitir que o processo corra de forma normal, baseado nas provas dos autos do processo, pode criar uma situação de desmoralização do STF". "Numa pesquisa como essa, o resultado depende da pergunta que você faz. Não dou concretude a uma pesquisa se eu não sei qual pergunta foi feita", acrescentou.

Na última quinta-feira, em artigo publicado no portal Vermelho, conveniado ao PCdoB, o presidente da legenda criticou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso por sentenciar que houve o crime do mensalão em artigo escrito recentemente pelo tucano no O Estado de S. Paulo. "FHC literalmente escorrega ao afirmar algo que nem o procurador-geral da República (Roberto Gurgel) conseguiu provar em sua intervenção: que houve crime. Ou seja, é política pura!", rebateu Rabelo.

Baixa intenção de voto de Haddad

Renato Rabelo também minimizou a baixa intenção de voto do candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad. A última pesquisa Ibope coloca o ex-ministro da Educação em terceiro lugar, com 6%. "Na fase atual, é natural que ele tenha essa faixa de pesquisa porque não é conhecido. A maioria da população paulistana ainda não o conhece, mesmo com o apoio de Lula e Dilma".

Na avaliação do líder do PCdoB, que está coligado com o PT na capital paulista, o quadro mudará com o início da propaganda eleitoral na televisão e no rádio. "A situação se reverterá quando iniciar a propaganda eleitoral e o Lula começar a participar da campanha de rua. A partir disso, pelo menos, ele chegará a 21% ou 22% no começo de setembro", projetou. Na última pesquisa Ibope, os candidatos José Serra (PSDB) e Celso Russomanno (PRB) aparecem separados por apenas um ponto percentual. Enquanto o tucano lidera, com 26%, Russomanno possui 25% das intenções.

PCdoB nas capitais

Rabelo demonstra otimismo com a participação do partido nas eleições deste ano. "Temos em torno de 900 candidaturas majoritárias no Brasil, praticamente o dobro do que em 2008. Além disso, são três candidatos em capitais fortes. A tendência é irmos para o segundo turno, pelo menos, em Porto Alegre (Manuela D'ávila), Florianópolis (Angela Albino) e Manaus (Vanessa Grazziotin)".