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Política

PR: Ratinho Junior diz que PSC não fará oposição a Fruet

29 out 2012 - 15h44
(atualizado às 15h58)
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Roger Pereira
Direto de Curitiba

Derrotado no segundo turno das eleições municipais de Curitiba, o deputado Federal Ratinho Júnior (PSC) disse que os seis vereadores eleitos por seu partido, que comporão a maior bancada da próxima Câmara, não farão oposição a Gustavo Fruet (PDT) no Legislativo. Ratinho disse que vai apoiar o novo prefeito de Curitiba, mas vai cobrar e fiscalizar o cumprimento das promessas de campanha. O deputado federal disse ainda que a campanha foi honesta e o resultado, justo.

"Como os dois representavam mudança, o Gustavo talvez passou a imagem de uma mudança menos abrupta, por, apesar de agora estar com o PT, ter sua história ligada ao grupo do Luciano Ducci (PSB), tanto que os votos dele se transferiram rapidamente para o Gustavo", justificou. "O resultado foi justo, a campanha foi boa, desejo toda sorte ao Gustavo, mas nossa votação nos dá o direito e a obrigação de fiscalizar e cobrar as mudanças que ele prometeu", disse.

Essa também será, segundo o deputado, a postura da bancada do PSC na Câmara. "Vamos unir a bancada, defender as novas ideiais do nosso projeto de governo, mas nosso objetivo não é fazer oposição, é ajudar a cidade nos projetos e cobrar pelas promessas que foram feitas nessa campanha. Saúde, segurança vagas nas creches, principalmente", disse o candidato, que informou que irá cobrar, também, as auditorias na Urbanização de Curitiba S/A e no Instituto Curitiba de Informática.

Sem mágoas

Ratinho Júnior comparou a relação com Gustavo Fruet com a de adversários de uma partida de futebol. "Foi uma campanha tranquila, com um bom padrão de críticas, que é natural, no segundo turno, mas foi limpa, sempre tivemos um bom relacionamento. Mágoas de campanha é igual jogo de futebol, depois de umas cotoveladas e entradas duras, a gente senta para tomar cerveja depois", disse. "Ele pode contar com meu apoio na Câmara dos Deputados", reforçou.

O ex-candidato também elogiou a postura da presidente Dilma e do ex-presidente Lula, que não vieram a Curitiba fazer campanha para Fruet, apesar de o PT ter a vice, Mirian Gonçalves, mas disse que "não terei o mesmo carinho que antes com os ministros Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo", principais articuladores da campanha de Fruet. "Mas não podemos fazer campanha com o fígado, temos que passar por cima de tudo isso".

Estratégia

Ratinho admitiu que a virada de Fruet sobre o prefeito Luciano Ducci (PSB), no primeiro turno, contrariando todas as pesquisas, inclusive a boca de urna do Ibope, pegou sua campanha de surpresa e pode ter prejudicado a estratégia. "Psicologicamente, estávamos mais preparados para enfrentar o prefeito. De certa forma, o resultado nos pegou de surpresa. E o Gustavo saiu da urna do primeiro para o segundo muito forte, mesmo com eu sendo o mais votado, ele saiu como grande vencedor por ter derrotado o Luciano e deu uma inflada", disse. "A grande vantagem dele foi a baixa rejeição, ele tem uma identidade muito grande com a cidade, principalmente com a parte mais tradicional, tanto que os votos do Luciano transferiram muito rapidamente para ele. Talvez se o governador tivesse declarado apoio à minha candidatura, neutralizaríamos isso", disse.

Mas o deputado não acredita em erro de estratégia de sua equipe. "Tudo que a gente tentou fazer, foi para tentar acertar. Só acho que a gente demorou para reagir, o Gustavo começou o segundo turno tentando me desconstruir e nós demoramos seis dias para responder", disse.

Ele também não se arrepende do tom mais forte adotado na reta final da campanha. "Não vejo tom mais forte, tom mais forte é fazer panfleto apócrifo, mexer com a honra, eu não mexi com a honra, o que questionei foi posicionamento politico, a aliança dele foi uma aliança de conveniência. Nunca desabonei honra e caráter dele, cobrei posicionamento político".

Ratinho Júnior também avaliou de maneira positiva a participação de seu pai, o apresentador Carlos Massa, o Ratinho, na campanha. "Foi fundamental para mim e para ele também, que ficou impressionado com o carinho do curitibano com ele, que, na rua, ele ainda não tinha medido", disse.

Futuro

Ratinho Júnior, que nesta segunda-feira mesmo já voltou a apresentar seu programa de rádio matutino, disse que agora irá se recolher, avaliar os resultados das eleições em todo o Estado e curtir os primeiros dias de seu filho, Carlos Massa Neto, que nasce na próxima quarta-feira.

O deputado retorna à Câmara no dia 7 de dezembro, e diz que ainda não quer pensar em 2014. "É muito cedo para pensar nisso, e isso não é uma decisão que se toma sozinho, mas ainda não temos envergadura para disputar uma eleição para o governo do Estado, por exemplo."

 O deputado federal Ratinho Junior (PSC) afirmou nesta segunda-feira que seu partido não fará oposição ao novo prefeito eleito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT)
O deputado federal Ratinho Junior (PSC) afirmou nesta segunda-feira que seu partido não fará oposição ao novo prefeito eleito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT)
Foto: Roger Pereira / Especial para Terra
Fonte: Especial para Terra
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